Principais rodovias federais que atravessam Minas Gerais e servem de ligação entre as regiões de todo o país, as BRs 381, 040 e 262 apresentam situações bem diferentes em relação ao andamento de obras e planejamento para os próximos anos. Enquanto na BR-040, que liga o Rio de Janeiro a Brasília, privatizada há um ano, as melhorias começam lentamente a ser percebidas por motoristas, nas outras duas estradas os usuários sofrem com o cenário adverso da economia brasileira e com a falta de perspectivas para que obras prometidas há anos saiam do papel.
O trecho da BR-381 entre a capital mineira e a região do Vale do Rio Doce é o mais preocupante entre as maiores rodovias do estado. Entre 2013 e 2014, 107 pessoas perderam a vida na estrada, que ganhou o triste apelido de “Rodovia da Morte” pelo alto índice de acidentes com colisões frontais e de mortes. A duplicação é prometida há pelo menos 25 anos, mas só no ano passado foi dado o primeiro passo para a obra – em maio, a presidente Dilma Rousseff (PT) assinou a ordem de serviço autorizando o início dos trabalhos.
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Esta semana, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou a um grupo de parlamentares e empresários mineiros que haverá redução significativa nos repasses destinados à duplicação. O único lote com obras em andamento, entre Nova União e o trevo de Itabira, pode ser paralisado nos próximos meses.
“Os cortes de verbas no Orçamento da União atingiram em cheio os investimentos em infraestrutura. Os repasses de 2016 dependerão de como será o próximo Orçamento”, explicou Luciano de Araújo, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) no Vale do Aço e coordenador do Movimento Nova 381. Os empresários e lideranças políticas do estado se mobilizam para que o governador Fernando Pimentel (PT) consiga garantir os recursos previstos para a obra junto ao governo federal.
NOVA TENTATIVA
Na rodovia que serve como principal rota para mineiros que passam feriados no litoral capixaba a situação é imprevisível. O plano do governo federal é entregar a BR-262 para a iniciativa privada, entre João Monlevade e Vitória. Segundo o Ministério dos Transportes, o leilão do trecho ainda não têm uma data definida, mas a expectativa é de que ele ocorra em 2016. Empresas interessadas em assumir a rodovia tem até fevereiro para entregar estudos e projetos de duplicação. O prazo, no entanto, pode ser prorrogado.
Esta será a segunda tentativa do governo federal em leiloar a BR-262. Na primeira, quando o governo lançou o primeiro pacote de concessões, em 2013, a rodovia era uma das principais apostas para atrair o interesse das empresas. O resultado foi uma decepção: nenhuma empresa se interessou pelo trecho e o leilão foi cancelado.
AVANÇOS
A BR-040, entre o Rio de Janeiro e Brasília, foi a que mais avançou, um ano depois de ser assumida pela iniciativa privada, completado na quinta-feira passada. Nesse período, os motoristas já perceberam melhorias na estrada, como a instalação de placas de sinalização e obras de recapeamento do asfalto. Até agora, a duplicação de trechos da via ainda representa apenas 10% do total a ser duplicado – 56,3 km, dos 557,2 km previstos. Mas, de acordo com o contrato firmado com o governo federal, a empresa tem até 2019 para entregar a duplicação completa. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o número de acidentes na via caiu 27% desde a concessão da BR.
"Interlocução privilegiada"
Nesta semana, o governador Fernando Pimentel (PT) recebe um grupo de 10 deputados para discutir a situação das obras na BR-381. Parlamentares da base de governo e da oposição esperam que o governador consiga intermediar um acordo para assegurar as verbas da duplicação em 2016.
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