O prefeito de São Paulo Fernando Haddad afirmou ontem (24) de manhã que vai permanecer no PT e que “tem orgulho da história do partido”, por ser a única legenda “que teve origem no movimento social”. Haddad deu as declarações em um programa transmitido ao vivo pela rádio CBN a partir da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista.
“Não vou deixar o PT. Quem tem que falar isso sou eu”, disse Haddad, em resposta a um ouvinte da rádio que estava na plateia da sabatina.
Leia Mais
Assembleia Legislativa identifica remunerações e adicionais por númerosFalta de verbas e adiamento de licitações travam reformas urgentes nas BRs 381 e 262, em MinasPMDB se vê como solução para a criseCunha anseia por provas contra Renan para exigir que PT também peça a renúncia do senadorReeleição de Haddad em 2016 será prioridade número do PT, diz FalcãoCampanhas eleitorais de 2014 esconderam crise, dizem marqueteiros políticosA 'década perdida' das CPIs no CongressoAinda na resposta ao ouvinte, Haddad disse que considerava mais importante do que negar a saída explicar o porquê de permanecer na sigla. “Quando você vê o movimento social da cidade, de moradia, saúde, educação, em Parelheiros, Guaianases, Brasilândia, o PT surgiu desse resultado”, afirmou. “Eu acho que será ruim para o País se o Brasil não tiver um partido com as características sociais do PT.”
O prefeito também se esquivou das críticas de corrupção no partido, que teve dois tesoureiros presos e condenados pela Justiça nos últimos dez anos. “Eu respeito a trajetória das milhões de pessoas que ajudaram a construir este projeto.
Para Haddad, os escândalos que têm surgido são fruto de uma melhora nas instituições de fiscalização e controle, um discurso semelhante ao adotado pela presidente Dilma Rousseff ao se referir às investigações de corrupção na Petrobras. “O Ministério Público nunca teve a autonomia que tem hoje. A Polícia Federal não tinha a autonomia que tem hoje. O próprio Judiciário não tinha a autonomia que tem hoje. Acho que todo mundo que errou tem de ser punido, não só de um lado”, comparou.
Após as negativas públicas de que deixaria o PT, Haddad manteve a posição de admiração pela mobilização de Marina com a Rede. Em conversa com um integrante do novo partido no fim da tarde de sexta-feira, o prefeito disse estar aberto a diálogos com quem está no “campo progressista”.
A gestão de Haddad ainda enfrenta problemas de baixa avaliação entre o eleitorado.