Ex-governador e vice na gestão tucana do Estado de São Paulo, Cláudio Lembo (PSD) criticou, nesta segunda-feira, o movimento da oposição no Congresso Nacional que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele comparou os pedidos de impedimento ao golpe militar de 1964 e afirmou que a oposição ao governo comete um ato "pouco leal".
Lembo, que também é advogado, publicou na internet um artigo em que afirma que as chamadas "pedaladas fiscais" não são suficientes como argumento para um pedido de afastamento da presidente. Os atrasos nos repasses a bancos públicos para dar fôlego ao caixa do governo federal são a base para a maior parte dos pedidos de impeachment protocolados na Câmara.
Leia Mais
Líder do DEM diz que espera apreciação do pedido de impeachment até dia 15Pedir impeachment 'é conspiração', diz líder do PMDB na CâmaraAvaliação do governo não vai interferir na decisão sobre impeachment, diz CunhaO ex-governador disse que a movimentação pró-impeachment também cria um ambiente de instabilidade política que pode prejudicar o País. "Meu artigo se baseia em um livro do pesquisador argentino Anibal Perez-liñán, que demonstra que em toda a América Latina os golpes militares vieram após o impedimento do presidente. No caso atual, os políticos estão atuando de forma pouco leal. É uma nova forma de golpe militar."
O parecer publicado na internet, segundo ele, foi feito exclusivamente para fins acadêmicos e não será enviado ao Congresso.
Cláudio Lembo foi vice-governador de São Paulo entre 2003 e 2006, entre a primeira a segunda administrações de Geraldo Alckmin (PSDB). Em março de 2006, quando o tucano renunciou para ser candidato a presidente, Lembo, então no PFL, assumiu o governo do Estado, permanecendo até o final daquele ano.