O ministro do Turismo, Henrique Alves (PMDB-RN), assumiu nesta segunda-feira a defesa pública de uma proposta que até então vinha sendo tratada de forma discreta pelo Palácio do Planalto: a legalização dos jogos de azar. Em um almoço com empresários em São Paulo promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), o peemedebista defendeu que os cassinos voltem a funcionar no Brasil depois de quase 70 anos. A proibição dos jogos de azar foi estabelecida por decreto em abril de 1946 pelo presidente Eurico Gaspar Dutra.
Depois de dizer que apresentou a proposta ao ministro Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, Alves citou o caso do Uruguai para ilustrar sua tese. "No hotel Conrad, no Uruguai, por exemplo, o cassino é a sua principal praça. Saem de São Paulo semanalmente três voos lotados para lá. E 70% da frequência do hotel é de brasileiros", afirmou. Ainda segundo o ministro, o projeto está em fase de estudo pelo governo.
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PMDB
Em entrevista depois do encontro, Alves afirmou que a ala do PMDB favorável ao rompimento com a presidente Dilma Rousseff é minoritária. "A dissidência do PMDB não é majoritária. Não haveria, hoje, uma maioria no PMDB a favor do rompimento com o governo. Essa maioria não existe".
Antes de assumir a pasta, Alves contabilizou 11 mandatos consecutivos como deputado e chegou à Presidência da Câmara em 2013.
Partido do vice-presidente Michel Temer e principal pilar de sustentação do Palácio do Planalto no Congresso, o PMDB havia marcado para 15 de novembro um congresso partidário no qual definiria se permaneceria na situação ou romperia a aliança política com o PT.
"Não havia, no PMDB, a definição de fazer um congresso, mas um encontro. E ele não seria para discutir o rompimento ou não com o governo. O que o partido vai fazer é discutir seu programa, seu estatuto e se preparar para as eleições do próximo ano. O encontro será feito pela Fundação Ulysses Guimarães", minimizou o ministro..