Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira que as suspeitas de compra de três medidas provisórias investigadas pela Operação Zelotes serão esclarecidas. Nessa segunda-feira (26), a Polícia Federal deflagrou uma nova fase na qual foram presas pessoas ligadas à negociação das propostas legislativas e houve ação de busca e apreensão na empresa LFT Marketing Esportivo, que pertence a Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Essas coisas evidentemente serão esclarecidas", disse Renan, na chegada ao seu gabinete. Segundo ele, embora não esteja avaliando o andamento das investigação, é "muito importante" todos ficarem atentos. Uma das medidas provisórias sob suspeita, a 627, foi aprovada pelo Senado em 2014, quando ele já ocupava a Presidência da Casa.
Questionado se a CPI do Carf deve se debruçar sobre as suspeitas da Operação Zelotes de compra de MPs, ele respondeu: "Pelo que eu sei, a CPI deve estar investigando, sim."
O presidente do Senado disse que uma das contribuições que o Legislativo pode dar nessa questão é implementar a partir de hoje uma decisão segundo a qual toda medida provisória terá de passar, antes da sua tramitação, por uma avaliação de sua "pertinácia temática". Segundo ele, toda emenda que não tem a ver com o tema central da MP vai poder ser excluída da matéria.
"A retirada de assuntos que não têm nada a ver com a MP, isso já facilita bastante. E essas outras questões terão que ser investigadas", reforçou Renan, que defendeu, novamente, que a Câmara aprove uma emenda à Constituição que altera o rito de tramitação das medidas provisórias. A matéria já passou pelo Senado.