Brasília, 27 - Deputados que compõem a CPI dos Fundos de Pensão estão negociando para que o depoimento do doleiro Alberto Youssef, marcado para esta tarde, seja feito a portas fechadas. A opção seria uma forma de convencer o depoente a falar, já que ele conseguiu uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que define que ele não será obrigado a se autoincriminar durante o depoimento. Na prática, ele poderá permanecer calado durante a sabatina.
Ainda não há definição se a sessão será realmente restrita. A CPI dos Fundos de Pensão foi instalada em agosto para apurar indícios de aplicação incorreta de recursos e manipulação na gestão de fundos de previdência complementar de servidores públicos entre 2003 e 2015. Até o momento, foram ouvidos diretores da Petros (da Petrobras), Funcef (da Caixa Econômica Federal), Previ (do Banco do Brasil) e Postalis (dos Correios).
O depoimento de Youssef é considerado o de maior peso para a comissão. O doleiro teve o nome citado diversas vezes por representantes dos fundos. Investigações da Polícia Federal indicam que ele teria reproduzido em fundos de pensão o esquema de lavagem de dinheiro que promoveu na Petrobras.