Brasília, 27 - Quatro dias após o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciar a redução dos limites de empréstimos pelo Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o ex-ocupante da pasta Guido Mantega defendeu os vultuosos empréstimos feitos pelo banco nos últimos anos com subsídio do Tesouro Nacional.
"O aumento do crédito ao BNDES nos permitiu puxar o crescimento do PIB e do emprego", afirmou. "Os subsídios que foram pagos para esse programa foram mais do que compensados pelo aumento de arrecadação em função da atividade maior."
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Levy diz que meta fiscal deve ser próxima a -1% do PIBDesemprego e inflação em alta, e PIB em queda expõem algumas contradições de DilmaPIB encolheu 2,9% no trimestre encerrado em julho, aponta FGVSenado põe fim a barreiras para Estados e municípios venderem créditos a receberO ministro, que foi presidente do banco de fomento entre 2004 e 2006, depõe à CPI do BNDES, na Câmara dos Deputados, na condição de testemunha - teve, inclusive, de prometer dizer apenas a verdade.
À comissão, Mantega disse ainda que a política anticíclica adotada pelo governo brasileiro a partir de 2009 foi necessária para reativar o consumo e o investimento, em queda por conta da crise mundial. "Naquela época não achávamos que a crise iria se estender por tantos anos", completou.
De acordo com números apresentados pelo ministro, o Tesouro repassou ao BNDES cerca de R$ 230 bilhões no governo Lula e outros R$ 200 bilhões no governo Dilma Rousseff.
O ex-ministro disse ainda que os financiamentos do PSI podem ser tomados por qualquer empresa, de qualquer setor. Ele defendeu que o programa aumentou o nível do investimento no país de 16% para cerca de 20% entre 2010 e 2014. "Há uma elevação muito forte do investimento a partir do aumento do crédito do BNDES. É uma correlação inquestionável", afirmou..