No cenário fiscal disponibilizado nesta terça-feira pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, há uma tentativa de se explicar a dificuldade para cortes adicionais nos gastos públicos. Desde o início do ano, o governo tem sido criticado por economistas do setor privado por concentrar o ajuste fiscal em aumento de impostos e não na redução de despesas. No cenário fiscal, feito pela Secretaria de Política Econômica (SPE) e distribuído pela Fazenda e pelo Planejamento, a equipe econômica afirma que a "ampliação do contingenciamento (de gastos) é extremamente difícil e, até certo ponto, contraproducente".
Segundo o governo, caso a meta fiscal não seja alterada pelo Congresso, o governo teria que fazer, agora, um corte adicional de R$ 107,1 bilhões - superior, portanto, ao que está à disposição para cortes. "A dificuldade de ampliação do contingenciamento já se manifestava em julho e, neste momento, acarretaria implicações ainda maiores", defende a equipe econômica, que elenca o orçamento de ministérios selecionados, como da Cidades, para mostrar que um corte adicional, agora, travaria obras e contratos já em andamento.