Em ofício assinado pelos ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Fazenda, Joaquim Levy, o governo divulgou nesta terça-feira que a expectativa de déficit primário é de R$ 51,824 bilhões para 2015. O governo espera que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano seja negativo e próximo a 3%. A meta fiscal poderá ser reduzida em alguns casos, inclusive se o Tribunal de Contas da União (TCU) obrigar o governo a pagar os repasses atrasados, chamados de pedaladas fiscais, e que não estão contabilizados no déficit previsto encaminhado hoje.
"Experimentamos, portanto, uma contração extremamente atípica da economia e de difícil previsão, até pelos seus aspectos não econômicos", diz o ofício encaminhado ao relator do projeto que altera a meta fiscal, deputado Hugo Leal (PROS-RJ).
Leia Mais
Renan sinaliza que projeto que altera meta fiscal de 2015 terá apreciação rápidaLevy diz que meta fiscal deve ser próxima a -1% do PIBSe Barbosa não anunciar hoje a meta fiscal, eu anunciarei, diz relatorCunha diz que revisão de meta fiscal mostra "o quanto governo errou"Governo fala em corte adicional de gasto 'extremamente difícil'O ofício apresentado pelo governo ao relator prevê que a meta de resultado primário poderá ser reduzida em diversas hipóteses, entre elas o pagamento das chamadas "pedaladas fiscais", tratadas pelos ministérios como "valores devidos à Caixa Econômica Federal a título de remuneração bancária de serviços prestados".
A meta também poderá sofrer redução para pagamento de adiantamentos concedidos pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) à União, no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida. Essa permissão também será dada para pagamentos de valores devidos pelo Tesouro Nacional ao BNDES a título de equalização de taxa de juros, além de valores devidos pelo Tesouro ao Banco do Brasil relativos à equalização de taxas da safra agrícola e Título e Créditos a Receber.
O ofício explica ainda que as circunstâncias da economia têm afetado significativamente a arrecadação de receitas, com forte impacto sobre o desempenho fiscal, não obstante o contingenciamento já efetuado, de cerca de R$ 78 bilhões. A meta de superávit primário para Estados e Municípios ficou estabelecida em R$ 2,916 bilhões. O governo continua contando com receitas extraordinárias com o leilão de hidrelétricas no valor de R$ 11,050 bilhões.
Ainda de acordo com o ofício, as empresas dos grupos Petrobras e Eletrobras não serão consideradas na meta de resultado primário..