Brasília – A área técnica da Câmara dos Deputados está finalizando parecer em que recomenda ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que dê seguimento ao principal pedido de impeachment contra Dilma Rousseff. A informação apurada pela reportagem com aliados de Cunha diz respeito ao pedido assinado pelos advogados Hélio Bicudo, ex-petista; Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso; e Janaína Paschoal, documento que é chancelado pelos principais partidos de oposição e por movimentos de rua anti-Dilma.
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Cunha tem parecer técnico favorável para abrir processo de impeachmentRui Falcão diz que suposto parecer da Câmara para impeachment não preocupa PTCunha diz que pedidos de impeachment estão sob análise e que palavra final é deleSegundo a reportagem apurou, a recomendação técnica, que é sigilosa, será entregue ao peemedebista ainda nesta semana. E será sucinta: afirmará apenas que o pedido se enquadra nos requisitos da Lei 1.079/50 (que trata do impeachment), no regimento interno da Câmara, e que traz em seu escopo elementos que apontam a indícios de participação da presidente em supostos crimes de responsabilidade.
Pela lei, cabe ao presidente da Câmara decidir monocraticamente se dá ou não seguimento aos pedidos de impeachment contra a presidente da República. Ele pode ou não seguir a recomendação da área técnica. Até agora, já mandou para o arquivo 20 pedidos de impeachment, sempre seguindo a recomendação técnica, mas resta a análise de outros 11, entre eles o do trio de advogados.
CASSAÇÃO Um dos principais alvos das investigações sobre o esquema de corrupção da Petrobras, Cunha tem usado esse poder para negociar nos bastidores, com oposição e governo, formas de evitar sua destituição do cargo e a cassação de seu mandato. Por isso, tem dados sinais ora pró-impeachment, ora contrários.
Ao comentar resultado da pesquisa que mostra reprovação de 70% do governo Dilma, o peemedebista afirmou que impopularidade não é motivo para impeachment. “A impopularidade aumenta a pressão política, mas o impeachment não pode ser tratado como um recurso eleitoral, como contra a impopularidade. Popularidade ou impopularidade não deve ser motivo nem de ter nem de evitar impeachment”, disse. Ele já afirmou que pretende anunciar sua decisão em novembro.
Só 8,8% aprovam governo Dilma
Levantamento da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) com a MDA Pesquisa, divulgado ontem mostra que 70% dos entrevistados avaliam negativamente o governo da petista.