São Paulo – O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava-Jato, afirmou nessa terça-feira (27) que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de fatiar os processos foi jurídica e não prejudica os remanescentes, que continuam em Curitiba. Segundo ele, quando começaram as investigações, não se sabia aonde iam dar, e que é difícil prever o que vai acontecer com a operação. Disse que apurações criminais levam a pistas, mas também a becos sem saída. “Gostaria, até por uma questão pessoal, que estivéssemos chegando perto de um final”, afirmou, ressaltando que está “um pouco cansado”, arrancando risos da plateia presente na palestra no evento Brazilian Summit, realizado no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo, pela revista britânica The Economist.
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SEGUNDA INSTÂNCIA Moro defendeu o Projeto de Lei do Senado (PLS) 402, apresentado pela Associação dos Juízes Federais do Brasil.
No fim do debate, ele evitou fazer críticas aos poderes Executivo e Legislativo e não quis comentar o suposto acordo entre o governo e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para evitar o impeachment da presidente Dilma Roussef e a cassação de Cunha, ao ser questionado se a tratativa, de alguma forma, poderia atrapalhar o trabalho do Judiciário..