Brasília - A juíza federal responsável pelos processos da Operação Zelotes em Brasília, Célia Regina Ody Bernardes, solicitou nessa quarta-feira (28), em caráter urgente, à Presidência da República, a quatro ministérios, ao Senado e à Câmara dos Deputados que sejam enviados à Justiça Federal, num prazo máximo de 10 dias, todos os documentos, incluindo registro de reuniões, relativos à produção de duas medidas provisórias de 2009 e 2013. Segundo a suspeita da força-tarefa da Zelotes, as medidas teriam sido “vendidas” em benefício da indústria automotiva. Em ofício dirigido à presidente Dilma Rousseff, a juíza solicitou “todos os documentos produzidos (estudos, pareceres, notas técnicas etc), inclusive registro de reuniões”. A juíza acolheu um pedido da Procuradoria da República no Distrito Federal.
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À CPI, Mantega nega tráfico de influência para 'compra' de MPsSuspeitas sobre compra de MPs serão esclarecidas, afirma RenanInvestigações apontam 'crime de extorsão' na compra de MPsJustiça inicia depoimentos de testemunhas da Zelotes sobre 'compra de MPs'Operação Zelotes: Justiça manda Dilma entregar documentos sobre MPsOfícios com redação semelhante ao enviado a Dilma foram também dirigidos pela juíza aos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e aos ministros Joaquim Levy (Fazenda), Armando Monteiro Neto (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Jaques Wagner (Casa Civil) e Celso Pansera (Ciência, Tecnologia e Inovação).
Segundo relatório da Polícia Federal, a investigação coletou “informações importantes do ‘trabalho de convencimento’ realizado pelos sócios da SGR junto à Presidência da República, Casa Civil, Ministério da Fazenda e Ministério da Indústria e Comércio”. A SGR Consultoria pertence a José Ricardo da Silva, ex-conselheiro do Carf, conselho vinculado ao Ministério da Fazenda que analisa recursos de empresários multados pela Receita Federal, que atuou em conjunto com o lobista Mauro Marcondes Machado. Ele pagou, por sua empresa Marcondes e Mautoni, pelo menos R$ 1,5 milhão, em 2014, a uma microempresa de marketing esportivo de um dos filhos do ex-presidente Lula, Luis Claudio Lula da Silva.
INFORMAÇÕES Em 23 de outubro, a Procuradoria da República no DF solicitou à juíza que oficiasse a Presidência, os ministérios, Senado e Câmara a entregarem “todas as informações referentes aos trâmites formais das medidas provisórias” nº 471 e 627.