Brasília, 29 - Sem entrar em detalhes sobre o que o motivou tecnicamente a revogar a questão de ordem da oposição a partir da qual foi criado o rito do processo de impeachment, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse apenas entender que hoje esse era o "melhor caminho". O peemedebista também não adiantou qual rito adotará se autorizar a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
O "manual de impeachment" estava suspenso por três liminares concedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Câmara chegou a recorrer das decisões da Corte com um agravo regimental.
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Cunha anuncia revogação de questão de ordem sobre rito do impeachmentPresidente da Câmara indica que pode revogar rito do processo de impeachmentApós parecer por impeachment, PT decide que não irá 'prejulgar' CunhaCunha confirma que decidirá em novembro sobre pedidos de impeachmentCunha informa ao STF revogação do 'manual do impeachment'Cunha deixa a Câmara sem receber comunicação de instauração de processo na terça'Eduardo Cunha é um bandido', diz vice-líder do governoNa prática, Cunha faz a decisão do STF perder o objeto e traz para si a decisão sobre o impeachment. "Primeiro quis agravar e prestar as informações para que pudesse ter os argumentos de que nada de errado continha. Se fizéssemos isso no primeiro momento, poderia passar a impressão de que alguma coisa de errado tivesse sido feito", justificou.
Cunha disse que estava aguardando a apreciação de um recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre o tema, mas como a Desvinculação das Receitas da União (DRU) tomou conta das discussões no colegiado, decidiu revogar a questão de ordem e declarar prejudicado os recursos provenientes da medida. O peemedebista disse que vale "o que está na Constituição". "Na medida em que (a CCJ) não vai apreciar o recurso, ficaria essa instabilidade com relação ao tema. É preferível dar uma estabilidade à situação", explicou.
O presidente da Câmara afirmou que não comentará quais passos dará a partir de agora e evitou falar em novo entendimento sobre rito de processo de impeachment.
Conselho de Ética
Cunha rechaçou a informação de que esteja por trás da ação de seus aliados contra membros do Conselho de Ética. Hoje, o presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), anunciou que representará contra o líder da bancada do PSOL, Chico Alencar (RJ). O partido é um dos responsáveis pela representação contra Cunha no Conselho.
O presidente da Casa disse que não aceitará "ilações" contra ele e que não pode ser responsabilizado compulsoriamente pelas atitudes de amigos e aliados. "Não dá para aceitar esse tipo de coisa. Porque senão, daqui a pouco, vou ser responsável porque o aliado brigou na rua e aí é porque eu mandei brigar.
Na sessão desta manhã, Alencar chamou de "jogo político sujo" a ação de Paulinho. "Isso é jogo baixo, pequena política e tentativa vã de confundir o Conselho de Ética", afirmou na tribuna..