O fazendeiro Norberto Mânica aproveitou intervalo do julgamento do terceiro dia consecutivo do julgamento da Chacina de Unaí para almoçar em companhia de advogados. Ele saiu a pé da sede da Justiça Federal, em Belo Horizonte, e logo foi cercado por uma batalhão de repórteres. Apesar do apelo por uma declaração, Mânica se manteve calado durante todo o trajeto até um um restaurante localizado próximo ao tribunal do júri, na Região Centro-Sul da Capital. Mânica é acusado pelo Ministério Público Federal de ser um dos mandantes dos assassinatos de três fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego, crime ocorrido em 2004. Assista ao vídeo:
Entenda o caso
A Chacina de Unaí aconteceu em 28 de janeiro de 2004 e repercutiu mundialmente. Os auditores fiscais do Trabalho Erastótenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram mortos a tiros enquanto faziam uma fiscalização de rotina na zona rural de Unaí.
A Polícia Federal (PF) pediu o indiciamento de nove pessoas por homicídio triplamente qualificado: os fazendeiros e irmãos Antério e Norberto Mânica, os empresários Hugo Alves Pimenta, José Alberto de Castro e Francisco Elder Pinheiro, além de Erinaldo de Vasconcelos Silva e Rogério Alan Rocha Rios, apontados como autores do crime, Willian Gomes de Miranda, suposto motorista da dupla de assassinos, e Humberto Ribeiro dos Santos, acusado de ajudar a apagar os registros da passagem dos pistoleiros pela cidade.
Um dos réus, o empresário Francisco Elder, morreu no último dia 7, aos 77 anos. Apesar do crime ter sido cometido em 2004, os três primeiros responsáveis pela chacina de Unaí só foram condenados em agosto de 2013. Erinaldo de Vasconcelos Silva recebeu pena de 76 anos e 20 dias por três homicídios triplamente qualificados e por formação de quadrilha, Rogério Alan Rocha Rios a 94 anos de prisão pelos mesmos crimes e William Gomes de Miranda a 56 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado.