Brasília, 29 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, durante discurso na reunião do Diretório Nacional do PT, que o PT não é obrigado a concordar com tudo que o governo faz, mas que a militância do partido tem que entender que possui a responsabilidade de ajudar o País a sair da atual crise.
"A Dilma é candidata do PT com uma coligação muito grande e todos temos responsabilidade", disse, durante fala de mais de uma hora, em Brasília.
O petista se disse esperançoso de que, aprovado o ajuste fiscal, o governo dará um "salto". Lula afirmou que o partido precisa engatar uma pauta positiva. Entre os pontos, destacou que é preciso investir em educação de qualidade.
Confiança
Lula avaliou durante discurso na reunião do PT que a retomada da confiança é primordial para recuperação da economia brasileira. Apesar de defender o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o petista propôs alternativas para sair da crise que vão de encontro à política econômica pregada pelo ministro.
Entre as medidas, Lula pregou que é preciso "fortalecer uma grande política de crédito" no Brasil. Ele defendeu o incentivo a operações de empréstimos para pequenas e médias empresas avalizados por grandes empresas, para que tenham taxas de juros menores. "Esse é um caminho extraordinário", avaliou. Ele defendeu ainda criação de linha de crédito específica para microempreendedores individuais e crédito para o consumo.
O ex-presidente sugeriu que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado encomende estudos para discutir o potencial do mercado interno brasileiro. "O potencial de consumo desse povo é extraordinário", afirmou. "A rua está entupida de carro, mais ainda tem muita gente sem carro", acrescentou. O petista defendeu ainda o aumento do comércio com países da América do Sul. "Não entendo muito de economia, mas tem muita alternativa", disse Lula.