O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), confirmou nesta quinta-feira que definirá em novembro se vai deferir ou não os pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff que foram protocolados na Casa. "Vamos, no curso do mês de novembro, tomar uma decisão. Mas não vamos estimular o debate", disse o peemedebista.
Leia Mais
Cunha informa ao STF revogação do 'manual do impeachment'Cunha diz que 'cumprirá a Constituição' em eventual novo rito de impeachmentOito pessoas se acorrentam pelo impeachment de DilmaPelo menos 25 deputados do PMDB são a favor do impeachment, diz vice-líderCunha diz que pedidos de impeachment estão sob análise e que palavra final é deleApós recuo de Cunha, Janot pede extinção de ações sobre rito de impeachmentOposição instala painel para pressionar Cunha a deliberar sobre impeachmentGoverno e Cunha ganham tempo e esticam crise política para 2016Maioria dos deputados e senadores do PMDB se declaram a favor do impeachment Protesto contra projeto de Eduardo Cunha que dificulta aborto legal fecha Av. PaulistaDatafolha mostra que quase metade dos deputados quer renúncia de CunhaEmbora não tenha fixado uma data para deflagrar o processo, a reportagem apurou que Cunha planeja bater o martelo nas duas últimas semanas do mês. A ideia é deixar claro que ele não foi influenciado pelo ultimato dado por líderes de partidos de oposição que definiram o dia 15 como "prazo".
Como a decisão é monocrática e não há um prazo definido no regimento interno da Câmara para que seja tomada, havia entre deputados de oposição o temor de que Cunha procrastinasse o processo.
O presidente da Câmara anunciou em plenário nesta quinta-feira que desistiu do rito que havia proposto para eventual processo de afastamento contra Dilma Rousseff. O chamado "manual do impeachment" havia sido barrado por três liminares do Supremo Tribunal Federal, que agora perderam o efeito.
A decisão deu novo ânimo aos partidos de oposição ao governo. O bloco pró-impeachment no Congresso temia que o agravamento das denúncias contra Cunha fizesse com que ele se aproximasse do Palácio do Planalto em troca de ter o seu mandato poupado no processo que responderá no Conselho de Ética da Casa por suposta quebra de decoro parlamentar.
"O movimento (pelo impeachment) chegou a ter o apoio de 320 deputados, mas depois deu uma esfriada. Agora vamos refazer as contas", afirma o deputado Paulinho da Força (SDD-SP).
Os oposicionistas agora estão divididos sobre a melhor estratégia. Parte dos deputados avalia que seria melhor Cunha rejeitar o pedido, uma vez que o presidente da Casa está enfraquecido pelas denúncias de suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras revelado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal.
Dois partidos, o PSOL e a Rede, entraram com uma representação no Conselho de Ética da Câmara para que Cunha seja investigado por suposta quebra de decoro parlamentar.