Brasília – A intimação feita pela Polícia Federal ao filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento na Operação Zelotes gerou uma crise depois que o ministro da Justiça, Luiz Eduardo Cardozo, cobrou explicações da instituição. A PF intimou Luís Cláudio Lula da Silva logo após ele sair da festa de 70 anos do pai, na noite de terça-feira. Os agentes foram ao endereço dele em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, mas não o encontraram. Ficaram esperando então a chegada dele e entregaram a intimação. O depoimento deveria ser prestado nessa quinta-feira (29) na superintendência da PF em São Paulo, mas ele solicitou que fosse ouvido na semana que vem para poder se inteirar do inquérito. A data ainda não foi marcada.
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QUEBRA DE SIGILO A Justiça Federal determinou nessa quinta-feiraontem a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico de todo o material apreendido segunda-feira pela PF na sede das empresas que têm como sócio Luís Cláudio Lula da Silva. Em comunicado oficial, a juíza Célia Regina Ody Bernardes, da 10ª Vara Federal, salientou que o processo referente à Operação Zelotes “já tramita em regime de publicidade”. Os três alvos de busca da PF são a LFT Marketing Esportivo, que recebeu dinheiro de uma das empresas suspeitas de pagar propina no esquema, a Touchdown Marketing Esportivo e a Silva Casara, registrada em nome da nora do ex-presidente.
“Determinei o afastamento do sigilo fiscal, bancário e sobre o fluxo de comunicações e de dados em sistemas de informática e telemática de todo o material apreendido, de maneira que a Polícia Federal possa examinar computadores e mídias, e, se for o caso, sujeitá-los à perícia.
O Ministério Público solicitou a devassa nas empresas por considerar suspeita a transferência de R$ 1,5 milhão do escritório Marcondes & Mautoni para a LFT Marketing Esportivo, do filho do ex-presidente. A M&M, do ex-vice-presidente da associação das montadoras de Veículos (Anfavea) Mauro Marcondes, é uma das empresas suspeitas de formar um consórcio para “comprar” medidas provisórias que concedem incentivos fiscais para a indústria automobilística. Em 2014, quase todo o dinheiro que a M&M recebeu veio da MMC Mitsubishi, que diz ter contatado a empresa para fazer “estudos” sobre os efeitos dos benefícios fiscais à sua indústria em Goiás.
Do caixa da empresa de Marcondes, chamou a atenção dos procuradores as prioridades dos pagamentos. Em primeiro lugar, quem mais recebeu dinheiro em 2014 foi o próprio dono. Em segundo, a empresa de Luis Cláudio. De acordo com Zanin, os valores se referem a projetos e relatórios na área de esporte, que foram efetivamente executados e elaborados.