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Estado de Minas

Em discurso lido por ministra, Dilma diz que governo não é prisioneiro do ajuste

A fala, lida por uma ministra peemedebista, seria uma resposta ao documento do PMDB apontando o desequilíbrio fiscal


postado em 30/10/2015 16:37 / atualizado em 30/10/2015 17:28

Em discurso lido pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, no lançamento de um projeto para dobrar a capacidade de celulose da empresa Fibria em Três Lagoas (MS), nesta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil não está parado, nem é prisioneiro da agenda de ajustes da economia. "Não estamos prisioneiros da agenda de ajustes. Temos uma agenda consistente de estímulo ao desenvolvimento", afirmou.

O recado foi dado um dia depois que o PMDB divulgou documento apontando o "desequilíbrio fiscal" e de o vice-presidente Michel Temer ter afirmado que o governo se equivocou na política econômica. Segundo o discurso da presidente, um investimento como o da Fibria, de R$ 7,7 bilhões, não ocorre num país em que está sem perspectivas e no qual o empresariado não confia. "Nenhum empresário investe se não tiver confiança no retorno dos recursos aplicados. (O investimento) é expressão da confiança da Fibria no desenvolvimento sustentável do Brasil."

Dilma cancelou sua ida à cerimônia de última hora, após sua mãe, dona Dilma Jane, de 92 anos, ter passado mal durante a noite. No discurso que leria no evento, ela defendeu o ajuste fiscal, mas disse que as medidas não travam o desenvolvimento do país. "Em momento de ajuste e de transição, a expansão da fábrica mostra que os empresários não se deixam levar pelas análises conjunturais pessimistas e não paralisam suas obras, confiando que o Brasil retomará os investimentos e que vale a pena investir nele." Defendeu ainda o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que participou do investimento da Fibria.

Em entrevista, Katia Abreu, que é do PMDB, negou-se a responder a perguntas sobre o documento divulgado pelo partido. "Vim aqui para falar da Fibria e do Brasil." Segundo ela, os investimentos do governo em infraestrutura não estão sendo mostrados pela imprensa que, segundo ela, prefere mostrar as ações da Justiça. "O que precisamos divulgar para o Brasil, e isso é da maior importância, acho que a Justiça está cumprindo bem o seu papel, mas precisamos fazer o Brasil crescer. E isso quem faz não é o governo, é a iniciativa privada e os trabalhadores que precisam de emprego. E isso não se faz com pessimismo."

Segundo ela, apesar das críticas dos pessimistas, o Plano de Investimentos em Logística (PIL) está caminhando e uma das obras, a duplicação da BR-262, em Mato Grosso do Sul, recebeu 29 manifestações de interesse, o que mostraria que a iniciativa privada quer investir no país. "Sei que é difícil ficar sabendo pelo noticiário, mas o Brasil real está acontecendo." Ela defendeu o ajuste fiscal. "Ou votamos as medidas que estão sendo propostas pela Fazenda, ou vamos estar optando pelo pior imposto que existe, que é o imposto inflacionário."


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