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Estado de Minas

Resultado do julgamento de dois réus da Chacina de Unaí pode sair qualquer momento

Os sete jurados vão responder a seis perguntas que irão direcionar o juiz na decisão da sentença e da pena de Norberto Mânica e José Alberto


postado em 30/10/2015 18:55 / atualizado em 30/10/2015 19:16

O julgamento ocorre desde terça-feira e hoje já dura oito horas(foto: Paulo Filgueiras / EM D. A Press)
O julgamento ocorre desde terça-feira e hoje já dura oito horas (foto: Paulo Filgueiras / EM D. A Press)

Os representantes do juri popular – formado por quatro mulheres e três homens – que vai decidir se o fazendeiro Norberto Mânica e o empresário José Alberto de Castro são culpados ou inocentes pela Chacina de Unaí já estão reunidos em uma sala secreta na Justiça Federal de Belo Horizonte. Depois de quatro dias de julgamento, eles vão responder a seis perguntas para avaliar a responsabilidade de cada um dos réus sobre o que ocorreu em 28 de janeiro de 2004 na cidade do Noroeste mineiro. Como a acusação não pediu réplica, os quesitos foram lidos assim que foi encerrado o debate entre as partes. Baseado nas respostas, o juiz Murilo Fernandes dará a sentença pela condenação ou absolvição e, na sequência, faz a dosimetria da pena.

Enquanto os jurados decidem o destino dos réus, auditores fiscais rezam de maos dadas uma ave maria em frente à sede da Justiça Federal, em Belo Horizonte.

Mânica é apontado como mandante do crime e José Alberto seria o intermediário, apontado como quem apresentou o Rei do Feijão ao agenciador dos pistoleiros que mataram três fiscais do trabalho e um motorista em Unaí. Pela manhã, o procurador da República Gustavo Torres destacou a frieza dos réus, ao mandarem matar fiscais que apenas estavam fazendo seu trabalho. Houve comoção quando as fotos das vítimas ensanguentadas foram exibidas no telão. Na sequência, o procurador Bruno Magalhães explicou as provas que demonstrariam a autoria do crime.

Depois de o Ministério Público relembrar as acusações pela manhã, a defesa do fazendeiro passou a tarde tentando desqualificar a delação do cerealista Hugo Pimenta. Segundo o advogado de Mânica, a delação acordada com a Justiça em 2007 não cumpriu o rito previsto em lei. Mânica alega ser inocente e diz que o mandante do crime foi Hugo Pimenta.

Assim como a defesa de Manica, o advogado Cleber Lopes, que representa o empresário José Alberto de Castro, diz que a delação de Hugo Pimenta é um simulacro. "Ele se coloca como mero espectador, mera testemunha. Como se sua conduta nao tivesse efeito causal", afirma. A defesa acrescenta que delação não é prova. “Ninguém pode ser condenado com base em delação premiada, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal”, disse.

A chacina aconteceu em 28 de janeiro de 2004. Os auditores fiscais Erastótenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e o motorista Ailton Oliveira foram mortos a tiros quando faziam fiscalização de rotina na zona rural de Unaí.

A Polícia Federal pediu o indiciamento de nove pessoas por homicídio triplamente qualificado: os irmãos Antério e Norberto Mânica, os empresários Hugo Alves Pimenta, José Alberto de Castro e Francisco Elder Pinheiro, além de Erinaldo de Vasconcelos Silva e Rogério Alan Rocha Rios, apontados como autores do crime, Willian Gomes de Miranda, suposto motorista da dupla de assassinos, e Humberto Ribeiro dos Santos, acusado de ajudar a apagar os registros da passagem dos pistoleiros pela cidade.

Um dos réus, o empresário Francisco Elder, morreu no último dia 7, aos 77 anos. Apesar de o crime ter sido cometido em 2004, os três primeiros responsáveis pela chacina de Unaí só foram condenados em agosto de 2013.

 

Informações de Maria Clara Prates


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