Curitiba – O presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, afirmou à Justiça nessa sexta-feira, em uma manifestação escrita, que a força-tarefa da Operação Lava-Jato “distorceu fatos” com o objetivo “ilegal” e “cruel” de sujeitá-lo à prisão preventiva. Ele está preso desde 19 de junho, em Curitiba, acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Petrobras. “Fica evidente a distorção dos fatos com o objetivo malicioso de atribuir a mim uma intenção de fuga completamente infundada. Trata-se de uma iniciativa não apenas ilegal, como cruel, apenas para me sujeitar a pedido de prisão preventiva”, afirmou na defesa entregue ao juiz Sérgio Moro antes de ser interrogado.
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Defesa de Odebrecht acredita que Moro irá revogar ordem de prisão'Há mais de quinze anos não assino nem mesmo um cheque', afirma OdebrechtMarcelo Odebrecht diz a Moro que acusação de cartel 'é absurda'STJ nega pedido de liberdade de Marcelo Odebrecht e mais 3 executivosUma das anotações questionadas pelo empresário foi a que registra: “trabalhar para parar/anular (dissidentes PF...)”. Para a PF, tratava-se de possível orientação à defesa para atrapalhar as apurações da Lava-Jato. “Esta anotação foi feita, portanto, apenas para acompanhar o assunto, não tendo qualquer relação com as ilações feitas pelo Ministério Público no sentido de que eu estaria manipulando investigações”, sustentou Odebrecht.
Numa das notas, em que aparece “PRC/Suíça. PV?”, a PF afirma que teria a ver com pagamentos feitos ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa na Suíça. Marcelo diz que a anotação foi feita porque ele viu na “mídia menções da delação de Paulo Roberto Costa” e ia checar se havia planilha de valores anexa à delação que ajudasse a investigação interna. “A maior prova de que nunca cogitei em apagar nada é que minhas próprias notas e mensagens foram integralmente apreendidas em meu celular.”.