O PMDB, maior partido da base governista, tem mais deputados e senadores que se declaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff do que contra, mostra pesquisa do Datafolha que ouviu 63% dos parlamentares das duas Casas legislativas. Entre os deputados da legenda, 28% afirmaram que votariam a favor da abertura do processo de impeachment, caso o assunto chegasse ao plenário da Câmara, enquanto 16% votariam contra. Num sinal de como o tema é espinhoso e da própria forma do PMDB de se relacionar com o governo, a maioria dos deputados peemedebistas, 56%, não se posicionou sobre o assunto. No Senado, considerado um terreno mais seguro pelo governo, a opinião dos peemedebistas também parece mais desfavorável a Dilma do que favorável: 45% disseram que votariam a favor do afastamento definitivo da presidente, caso a questão seja analisada pela Casa. Outros 36% declararam que votariam contra. E 18% não se posicionaram.
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No geral, 39% dos deputados federais disseram que votarão a favor da abertura do processo se a questão for levada ao plenário da Câmara. Outros 32% afirmaram que votarão contra. E 29% dos consultados não se posicionaram nessa questão. No Senado, onde foram ouvidos 51 senadores, o balanço é mais favorável à petista.
LIMITAÇÕES Devido às características do Congresso, a pesquisa tem limitações que não existem num levantamento de opinião pública convencional. A principal é em relação ao número grande de parlamentares que não aceitam participar da consulta. Todos os congressistas foram procurados pelo instituto, mas 37% não quiseram participar ou não foram encontrados. Além disso, muitos não se posicionaram em determinadas questões, mesmo aceitando participar da pesquisa. “Os resultados finais indicam tendências gerais, mas não são representativos do total do Congresso”, diz Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.
SEM DEPENDER DO AJUSTE
Em discurso lido pela ministra da Agricultura, Katia Abreu, a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que seu governo não depende exclusivamente das medidas de equilíbrio das contas públicas.
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