Jornal Estado de Minas

Manifestantes e PMs discutem durante protesto contra Eduardo Cunha em BH

Manifestantes e militares se envolveram em uma discussão no início da noite deste sábado durante o protesto contra o projeto de lei (PL 5.069/13), de autoria do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ). O tumulto ocorreu na Avenida Afonso Pena, próximo à Praça Sete, no Centro da capital, quando os agentes da Polícia Militar (PM) solicitaram a liberação da faixa no sentido da rodoviária para que o trânsito voltasse a fluir normalmente. Segundo testemunhas, o pedido irritou quem participava do protesto. Houve bate-boca e um dos policiais chegou a apontar a arma para os manifestantes, que chamaram a PM de fascista.


Segundo a PM, durante a tentativa de liberação a faixa, sentido rodoviária, um rapaz teria começado a bater na lataria de um ônibus que passava e, quando os policiais tentaram impedí-lo houve desacato. O rapaz foi detido e a namorada dele, segundo a PM, partiu para cima dos militares em defesa do companheiro, acabando também presa. Ela reagiu à prisão e a polícia admite que usou a força para dominá-la.

Os detidos foram levados para a Central de Flagrantes. “Houve emprego de força necessária para condução dos dois envolvidos”, disse o tenente Leonardo Campos, do 1º Batalhão. Segundo ele, a manifestação não foi comunicada à PM e as lideranças não quiseram antecipar qual o trajeto.
A gestora cultural Irlana Cassini, 29, disse que a manifestação era pacífica e que os PMs que começaram o tumultuo aio tentar retirá-los à força da Afonso Pena. Segundo ela, eles agiram com truculência.



A concentração dos manifestantes, a maioria mulheres, teve início na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul da capital. Por volta das 17h, o grupo seguiu em caminhada até a Praça Sete, no Centro. No trajeto, manifestantes sentaram no chão e interromperam, por três vezes, o trânsito na Avenida João Pinheiro. Eles também escreveram "fora Cunha" na calçada da via.

A principal reivindicação das manifestantes é que a Câmara não aprove o projeto de lei 5.069/2013, que restringe o atendimento médico a mulheres vítimas de estupro e dificulta o aborto legal. No dia 21, o projeto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara e agora está pronto para ir à votação no plenário.

Também houve protesto na Estação Rodoviária do Plano Piloto, na área central de Brasília, neste sábado. Segundo a Polícia Militar, cerca de 300 pessoas participaram do ato.
Na noite de sexta-feira, milhares de manifestantes fecharam parte da Avenida Paulista, em São Paulo. Na quarta-feira, cerca de 500 mulheres protestaram em frente à Assembleia Legislativa no Rio de Janeiro.




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