No primeiro mês à frente de suas pastas, os novos ministros de Dilma Rousseff transformaram seus gabinetes em ambientes disputados pelos parlamentares. As reuniões com deputados e senadores dominam a agenda de Marcelo Castro (Saúde), Helder Barbalho (Portos) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), confirmando o caráter político pelo qual foram nomeados.
Sem surpresas, maioria absoluta dos visitantes vem do PMDB. A movimentação no gabinete de Castro - campeão de audiências políticas - começa cedo. Desde que assumiu a Saúde, o ministro cumpriu 60 encontros com deputados, 10 com senadores, além de audiências com vereadores, prefeitos e secretários da saúde municipais. As reuniões demoram cerca de meia hora e se estendem até o fim da tarde. O início das manhãs e das noites é reservado para tratar assuntos com sua equipe, que ainda está em composição.Leia Mais
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Ex-colegas da Câmara são só elogios para o tom conciliador. “Havia uma demanda reprimida”, afirmou o deputado Odorico Monteiro, do PT cearense, que esteve pelo menos duas vezes com Castro nestes últimos dias. “Ficamos próximos.
O ministro afirma que a intenção da rotina criada neste último mês foi de fazer um diagnóstico das necessidades e estabelecer diretrizes.
Outro bom anfitrião, Helder Barbalho encontrou espaço, entre as viagens técnicas aos portos brasileiros e reuniões com administradores de terminais hidroviários, para receber 37 parlamentares. Há dias em que a agenda é totalmente dedicada a essa finalidade, com quase dez visitas. Entre atendimentos a deputados, especialmente, de Santa Catarina e Paraná para tratar de infraestrutura, vereadores e prefeitos vêm em maioria do Pará Estado de origem do ministro. Ele não nega sua função de agente político.
Os mais próximos relembram uma frase recorrente de Helder Barbalho: “O fato de você ser indicado político, não te desobriga de entregar resultados na área que você administra”.
Uma visitante assídua, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), foi recebida três vezes. Ela preside a Comissão de Orçamento e está, por ora, trabalhando nas receitas de 2016. No próximo ano, a Secretaria dos Portos terá um orçamento provável de R$ 13 bilhões para o PAC. Em troca, a pasta deve enviar a verba de licitações de terminais da Companhia das Docas direto para o caixa do Tesouro.
Celso Pansera não teve muito tempo à frente do Ministério de Ciência e Tecnologia.