Brasília - O Palácio do Planalto e sua base no Senado divergiram nessa terça-feira, 3, sobre a melhor estratégia de defesa do governo na Comissão Mista do Orçamento do Congresso, que irá analisar o parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) pela rejeição das contas de governo da presidente Dilma Rousseff referentes a 2014. Alguns senadores da base consideraram a decisão "arriscada" e "descabida".
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Parecer do TCU pede correção de pedaladasLevy diz que irá detalhar cronograma de pagamento de "pedaladas fiscais" à CMONão há decisão sobre pagamento de pedaladas de uma vez, diz ministro do TCUPara Adams, não há elementos para rejeição das contas do governoA decisão de abrir mão do prazo de mais de um mês, alcançado após manobra do presidente do Senado, foi tomada com base em uma avaliação de que é possível reverter a decisão do TCU e conseguir a aprovação das contas na Comissão.
Oficialmente, o Planalto afirma que decidiu antecipar a entrega para mostrar que não trabalha para postergar a análise do caso e está confiante na aprovação das contas do governo pelo Congresso. O governo, no entanto, tem trabalhado para dar sinais positivos para o mercado. Não aprovar a alteração da meta seria mais um motivo que poderia levar ao agravamento da crise econômica.
Risco
Entretanto, segundo alguns parlamentares, não há no momento nenhuma indicação de que o governo tenha maioria na Comissão e a melhor estratégia é utilizar ao máximo o prazo que foi recebido para fortalecer o apoio à presidente dentro do colegiado. Nesse sentido, um grupo de senadores se mobilizava ontem para convencer a Casa Civil de que não havia nenhum motivo para antecipar a defesa.
Inicialmente, a Advocacia-Geral da União (AGU) havia informado que a entrega seria feita ontem. A decisão de deixar para hoje foi tomada após reunião de Dilma com ministros do núcleo duro do governo.
A entrega da defesa faz com que comece a tramitar na Comissão Mista de Orçamento a análise do parecer do TCU, que rejeitou, de forma unânime, as contas de Dilma. A Comissão será responsável por elaborar um novo parecer, que será analisado pelos deputados.
No dia 21 do mês passado, Renan havia concedido 45 dias para o governo apresentar a defesa ao Congresso. .