Brasília - A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados retomou nesta quarta-feira, 4, a análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU). Nessa terça, a reunião do colegiado havia sido interrompida quando a admissibilidade da proposta estava prestes a ser votada, em razão do início da sessão plenária, adiando para hoje o início da votação da matéria.
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Se pedaladas ficarem para 2016, novas receitas serão necessárias, diz BarrosDrásticas reduções de receita limitaram capacidade de contingenciamento, diz LevyCCJ aprova admissibilidade da PEC que prorroga Desvinculação de Receitas da UniãoNessa quarta-feira, a opositores pretendem atrasar mais uma vez a votação, apresentando novos requerimentos para retirar a PEC da pauta da comissão. Assim como nas últimas reuniões da CCJ, porém, não devem conseguir maioria suficiente para aprovar a retirada.
Mesmo com as manobras, a expectativa da liderança do governo é de que a matéria seja aprovada hoje na comissão. A PEC é considerada prioritária ao governo, no momento em que tenta reequilibrar as contas públicas. O Executivo corre contra o tempo para aprovar a proposta, uma vez que a validade da DRU acaba em 31 de dezembro deste ano.
Após ser aprovada na CCJ, a proposta seguirá para comissão especial e, em seguida, para o plenário da Câmara. De lá, será enviada para o Senado, onde passará por tramitação semelhante.
A PEC em votação CCJ é a de autoria do deputado André Figueiredo (hoje ministro das Comunicações), do PDT do Ceará. Além de prever a prorrogação da DRU até 31 de dezembro de 2019, ela propõe a retirada escalonada da incidência da desvinculação da receita da arrecadação das contribuições sociais destinadas ao financiamento da seguridade social (12,5% em 2016; 5% em 2017 e nulo a partir de 2018).
Uma delas é do deputado Benito Gama (PTB-BA), que propõe prorrogar a DRU somente até 31 de dezembro de 2016. A outra foi apresentada pelo próprio governo, a qual prevê estender a desvinculação até o fim de 2023. Entre as inovações, a PEC do Executivo também propõe aumentar de 20% para 30% a alíquota de desvinculação - um dos principais alvos de críticas da oposição -, exclui da DRU a arrecadação relativa a impostos e inclui as receitas de taxas.
Com a alíquota de 30%, a equipe econômica estima que poderá desvincular R$ 121,4 bilhões do Orçamento de 2016..