O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, disse não haver elementos para justificar a reprovação das contas do governo da presidente Dilma Rousseff de 2014 pelo Congresso. Ao entregar, com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, a defesa prévia do governo ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e a integrantes da Comissão Mista de Orçamento (CMO), Adams disse haver contradições na decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que no mês passado recomendou ao Congresso a reprovação das contas da petista.
Leia Mais
Para Adams, não há elementos para rejeição das contas do governoWagner e Adams chegam ao Senado para entrega de defesa das contas do governoSenadores apontam risco na defesa de contas antes do prazo finalDecisão do TCU sobre contas foi, em parte, política, diz presidente da CMO"O TCU admite que é possível pequenas operações", disse. "Não podemos manipular o conceito jurídico para adaptá-los às conveniências de resultado", criticou ele, ao citar que o tribunal criou nova jurisprudência sobre aspectos que foram julgados.
O ministro afirmou considerar que não há elementos para a rejeição das contas no debate que será feito pelo Congresso. Embora tenha atacado a falta de "uniformidade" no tribunal sobre a apreciação das contas de Dilma, ele disse que não vai mais discutir o parecer do TCU porque isso será feito agora pelo Legislativo.
Adams fez questão de ressaltar que a discussão na CMO vai procurar esclarecer questões técnicas e, ao citar o fato da recente edição do decreto do Executivo alterando regras para evitar as "pedaladas fiscais", destacou que o governo nunca disse que não haveria necessidade de aperfeiçoar as regras para as contas públicas brasileiras.
Para Adams, o debate na comissão vai esclarecer pontos levantados pelo tribunal. "O Congresso é uma Casa política, mas a Casa política nunca briga com os fatos. Ela procura articular, debater, compreender e aí tomar a decisão política adequada", afirmou. Adams disse que o governo não estabelece prazos para o julgamento das contas pelo Congresso.