São Paulo, 06 - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve ser o alvo de protestos convocados para este domingo, 8, em 13 cidades pela Frente Sem Medo - integrada por cerca de 30 grupos como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MTST) e a Central Única de Trabalhadores (CUT). Os manifestantes também criticam o ajuste fiscal proposto pelo governo federal.
No manifesto publicado pela frente, os movimentos chamam Cunha de "ladrão blindado" e apontam o peemedebista como "representante da política conservadora". "Exigimos o fora Cunha e somos contra o ajuste fiscal. Um dos grandes representantes da política conservadora é Eduardo Cunha", diz o texto assinado pelos movimentos sociais.
Representante do MTST, Guilherme Boulos afirmou que os atos serão marcados pela presença de bonecos de Cunha e adiantou que manifestantes realizarão "colagens" nas sedes do PMDB. "As ações nos Estados vão ter caráter de escrachos. Vai ter boneco do Cunha que vai ser queimado, bem como de figuras que representam as políticas que estão sendo enfrentadas. Além disso, teremos colagens em alguns lugares, em sedes de bancos (simbolizando o tema da crise), em outros lugares, em sedes do PMDB (representando o Eduardo Cunha)", afirmou Boulos.
Cunha é investigado no âmbito da Operação Lava Jato, sob acusação de receber propina com dinheiro desviado da Petrobras por meio de contas na Suíça. O presidente da Câmara tem negado todas as acusações.
Em São Paulo, a programação feita pelos organizadores é que os manifestantes marchem até o parque do Ibirapuera, onde devem ocorrer shows com artistas populares. A expectativa é que a manifestação de domingo reúna entre 30 e 40 mil pessoas na Paulista. Além de eventos na capital paulista, a frente organizou atos nas cidades de Belo Horizonte, Porto Alegre, Uberlândia, Palmas, Boa Vista, Fortaleza, Curitiba e também no Rio.
Cunha foi alvo de vários protestos desde que surgiram as denúncias de que teria contas ocultas na Suíça. Nesta semana, manifestantes jogaram notas falsas de dólares enquanto Cunha concedia uma entrevista coletiva a jornalistas na Câmara.
Dilma
O governo Dilma Rousseff também deve voltar a ser alvo de protestos nas próximas duas semanas. No dia 15, em Brasília, um grupo de movimentos anti-Dilma vai se reunir em frente ao Congresso Nacional para pedir o impeachment da presidente. A expectativa dos organizadores é que o ato conte com a presença de cerca de 100 mil pessoas.
"Nossos líderes vão para Brasília.
"O foco é impeachment (de Dilma). Depois que o impeachment acontecer, o foco vai ser a lista (de investigados pela Operação Lava Jato) do (procurador-geral da República, Rodrigo) Janot. A gente quer que ele investigue todos". Um ato menor está marcado para ocorrer neste sábado, 7, em frente ao Masp, na Avenida Paulista..