Brasília – Os atos marcados para este domingo, em pelo menos 13 cidades, contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são mais um capítulo na escalada de tensão política que tomou conta até mesmo do Salão Verde da Câmara. A troca de insultos, que muitas vezes transformam-se em confrontos físicos, teve início após a reeleição da presidente Dilma Rousseff no ano passado. Permaneceu em alguns encontros de militantes favoráveis e contrários ao impeachment nas ruas das capitais brasileiras. Há 15 dias, integrantes do MST e do Movimento Brasil Livre (MBL) trocaram empurrões e xingamentos no gramado em frente ao Congresso Nacional. Na última semana, parlamentares governistas entraram em confronto com manifestantes algemados, defensores do impeachment, em frente à entrada do plenário da Câmara, fazendo com que a intolerância chegasse ao centro do poder.
No mesmo dia, um manifestante atirou uma “chuva de dólares” na cabeça de Cunha. Irritado, o presidente da Casa baixou uma norma, válida a partir de sexta-feira passada, obrigando servidores e jornalistas a passar por detectores de metais. A medida provocou tantas críticas que foi revogada no mesmo dia. “O que estamos vivenciando é uma fragilidade nas instituições brasileiras.
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As manifestações previstas para hoje devem manter o tom crítico.
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