Com o fim da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras em outubro, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autorizou a criação da CPI para investigar a atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na demarcação de terras indígenas e de remanescentes de quilombos. À Agência Estado, o peemedebista informou que o colegiado já foi criado e será instalado até o fim desta semana.
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Sé é pichada após ato contra projeto de CunhaProjeto de Eduardo Cunha aponta 'interesses super capitalistas' pró abortoMulheres protestam contra Eduardo Cunha no RioSituação de Cunha está cada vez mais difícil, diz líder da oposiçãoA investigação da Funai e do Incra contempla a bancada ruralista na Câmara, um dos maiores grupos da Casa. A Frente Parlamentar da Agropecuária, uma das principais aliadas de Cunha, tem 198 deputados signatários, entre eles Alceu Moreira. Por meio da CPI, a bancada espera ter mais argumentos favoráveis à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que transfere do Executivo para o Legislativo a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas.
A CPI deve ser mais um instrumento utilizado por Cunha para barganhar apoio para sua permanência no cargo. Além de conseguir apoio da bancada ruralista, também poderá jogar com o governo, uma vez que a Funai e Incra são órgãos ligados ao Executivo. Alvo de representação no Conselho de Ética da Casa por quebra de decoro parlamentar, o peemedebista já vem utilizando os pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff para barganhar com governo e oposição.
RECURSO
Na semana passada, 14 deputados de seis partidos governistas entraram com um recurso para tentar barrar a CPI.