O empresário Hugo Alves Pimenta – acusado de intermediar a contratação de pistoleiros para execuções da Chacina de Unaí –, senta nesta terça-feira (10) no banco dos réus para responder pelas mortes dos quatro servidores do Ministério do Trabalho, executados em Unaí, em janeiro de 2004. Ele é o último réu a ser julgado pelo crime, em razão da delação premiada. Nas duas últimas semanas, os mandantes e irmãos Norberto e Antério Mânica foram condenados a 100 anos de prisão, cada um. Os pistoleiros, julgados no ano passado, já cumprem pena total de 226 anos de prisão. Nas duas ocasiões, o empresário foi arrolado como testemunha de acusação, apesar da estreita amizade que mantinha com Norberto Mânica.
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"Hugo Pimenta é o mandante do crime", diz defesa de Norberto MânicaAto em Belo Horizonte marca 12 anos da Chacina de Unaí em Minas Hugo Pimenta é condenado a 47 anos de prisão pela Chacina de Unaí Jurados se reúnem para definir participação de Hugo Pimenta na Chacina de UnaíJulgamento de delator da Chacina de Unaí não será encerrado nesta terça-feiraHugo Pimenta disse, em depoimento, que recebia diariamente a visita do fazendeiro Norberto Mânica em sua empresa, a Uma Cereais, e ele sempre demonstrava insatisfação com as fiscalizações do Ministério do Trabalho. No entanto, um dia disse que não aguentava mais o Nelson e iria matá-lo, questionando se o empresário conhecia “alguém para fazer o serviço”.
Lula
“Norberto, isso vai parar na mão do Lula (presidente da República à época do crime)”, afirmou Pimenta, ao dizer que tentou demover o amigo da ideia da execução de Nelson. No entanto, Norberto rebateu alegando que resolveria tudo com a venda de uma fazenda. Pimenta disse que não sabia da ordem de execução dos quatro servidores porque não participou da reunião que decretou a sentença de morte dos demais que estavam com o Nelson, na noite anterior ao crime. De acordo com Lúcio Adolfo, desta forma, fica clara a participação do seu cliente apenas em uma morte. Além de Hugo Pimenta, o pistoleiro Erinaldo de Vasconcelos Silva também aceitou colaborar com a Justiça.
Pimenta será julgado na 9ª Vara da Justiça Federal, em Belo Horizonte, com a presidência do júri a cargo do juiz Murilo Fernandes, com os trabalhos de acusação sob os cuidados da procuradora Mirian Lima.
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