Começou na madrugada desta segunda-feira a greve nacional dos caminhoneiros, convocada no mês passado. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), por volta das 7h, eram quatro pontos de bloqueio em Minas Gerais: no km 359 da BR-381, em João Monlevade; km 513, em Igarapé; no km 412, na BR-262, em Igaratinga, e na BR-040, nos kms 627 e 633, em Conselheiro Lafaiete.
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Trânsito
Em Minas, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal, nas rodovias que cortam o estado nenhuma pista está bloqueada. Na manhã dessa segunda-feira, o trânsito flui sem congestionamento na BR-381, em Igarapé, com os veículos ocupando apenas meia pista. Mais cedo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou na rodovia alguns tumultos, com caminhoneiros se recusando a parar, atendendo ao piquete dos grevistas, e tiveram os veiculos danificados.
Também de acordo com a PRF, há registros de pistas parcialmente interditada perto de Igaratinga, na BR-261; em Conselheiro Lafayette, na BR-040; e ainda na BR-381, em João Monlevade. Em Juatuba, na BR-261, a pista já foi liberada.
Negociação
O procurador do município de Igarapé, Vinícius Caldeira Andrade, esteve em um dos pontos de paralisação dos caminhoneiros, na BR-381, para conversar com as lideranças dos caminhoneiros.
Andrade disse que na última paralisação dos caminhoneiros, em abril deste ano, a cidade foi impactada pelo movimento grevista. "Houve desabastecimento de gêneros alimentícios e a frota municpal ficou sem combustível para rodar. Queremos conversar e entender tudo que está acontecendo para que o problema não se repita", disse o procurador.
Movimento no país
Caminhoneiros bloqueiam rodovias em quatro estados do país. O protesto dos caminhoneiros liderado pelo Comando Nacional do Transporte já bloqueou rodovias em quatro estados, entre a madrugada e a manhã desta segunda-feira, segundo a Polícia Rodoviária Federal.
Além de Minas gerais, houve bloqueios em Santa Catarina, na BR-280, em São Bento do Sul, e na BR-282, em Campos Novos; no Rio Grande do Sul, na BR-448, em Porto Alegre, mas a PRF informou que o trânsito já foi total ou parcialmente liberado. Os manifestantes também bloqueiam a BR-376, em Califórnia, no Paraná.
Por volta das 6 horas, os caminhoneiros também realizaram uma manifestação na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, o que provocou filas de nove quilômetros na via nesse horário.
No fim de semana, a categoria já tinha realizado manifestações em cidades como Apucarana e Ibiporã, no Paraná, um dos estados onde é esperada a maior adesão.
Quase toda a movimentação vem sendo organizada via aplicativos de celular e pelas redes sociais, mas não conta com a adesão de boa parte das entidades nacionais que representam o setor.
Um dos líderes da categoria e organizador da paralisação, Ivar Schmidt afirma que a luta é pela renúncia da presidente Dilma Rousseff.
A greve ganhou o apoio de grupos como Movimento Brasil Livre e Vem pra Rua. Os líderes do movimento garantem já ter grande apoio também de caminhoneiros de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A expectativa é atingir pelo menos 70% do País inicialmente.
Contra
Várias entidades que representam o setor se manifestaram contra esse movimento e veem interesses políticos por trás dessa paralisação. Para o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Bens no Estado do Pará (Sindicam-PA), a greve é organizada "por pessoas que não fazem parte da categoria e estão aproveitando o momento de dificuldade que o País passa".
Já a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens) diz que "os problemas que afetam a categoria são muitos e que, para resolvê-los, é preciso coesão e sabedoria".
Entidades de Goiás e Tocantins também assinaram, juntos, um documento contra a greve.
Principal alvo dos sindicatos, Ivar Schmidt tem 44 anos, mora em Mossoró (RN) e nega qualquer vínculo partidário. Caminhoneiro, ele começou a se destacar há um ano e, em 2015, criou o "Comando Nacional do Transporte".
Com Agência Estado.