O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta segunda-feira que o movimento de greve dos caminhoneiros tem viés “indiscutivelmente político” e que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério de Justiça “vão agir com rigor”. “Não há uma pauta de reivindicações, nós não temos possibilidade de negociar em cima de questões que não são apresentadas. É uma pauta política que é alimentada por pessoas que querem fazer uma ação política, e nós lamentamos que seja assim”, afirmou. Cardozo ainda disse que os que estiverem parados nas estradas serão multados em cerca de R$ 1.900,00 e, no caso de interdição, a PRF está autorizada a agir.
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A greve foi convocada pelo Comando Nacional do Transporte, que se declara independente de sindicatos. No comunicado distribuído no fim do mês passado, os trabalhadores informaram que a manifestação conta com o apoio de grupos que pedem a saída de Dilma da Presidência, como o Movimento Brasil Livre, o Vem Pra Rua, o Revoltados OnLine e o Movimento Brasil Livre (MBL).
Ainda segundo informações da PRF, no começo da manhã foram registrados alguns tumultos na BR-381, em Igarapé, com caminhoneiros se recusando a parar o que resultou em veículos danificados.
Os manifestantes, convocados pelas redes sociais pelo Comando Nacional do Transporte, criticam o governo de Dilma Rousseff e pedem o afastamento da presidente. De acordo com o movimento, há manifestações em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, no Tocantins, Paraná, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e em Pernambuco.
Entidades contra
Várias entidades que representam o setor se manifestaram contra esse movimento e veem interesses políticos por trás dessa paralisação. Para o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Bens no Estado do Pará (Sindicam-PA), a greve é organizada "por pessoas que não fazem parte da categoria e estão aproveitando o momento de dificuldade que o País passa".
Já a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens) diz que "os problemas que afetam a categoria são muitos e que, para resolvê-los, é preciso coesão e sabedoria".
Entidades de Goiás e Tocantins também assinaram, juntos, um documento contra a greve.
Principal alvo dos sindicatos, Ivar Schmidt tem 44 anos, mora em Mossoró (RN) e nega qualquer vínculo partidário. Caminhoneiro, ele começou a se destacar há um ano e, em 2015, criou o "Comando Nacional do Transporte". .