Jornal Estado de Minas

Petistas são hostilizados em locais públicos

Não está fácil ser petista nos dias de hoje. Especialmente depois que estourou o escândalo da Petrobras, integrantes conhecidos da legenda têm sido hostilizados em locais públicos simplesmente por serem do PT. O último episódio foi com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, ofendido em um restaurante da Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A ação foi filmada e divulgada por clientes que engrossaram o coro. Antes disso, porém, outros ministros, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), passaram por saias justas durante compromissos pessoais.

Patrus foi abordado por um homem dizendo ser empresário e colocando no “PT ladrão” a culpa por ter de demitir funcionários. Outro homem disse: “fora petista bolivariano, a roubalheira do PT está acabando”. Confrontado pelo secretário-adjunto de Educação, Carlão Pereira (PT), que estava com Patrus, o empresário disse sonegar impostos para não dar dinheiro para o PT. Nervoso, Patrus disse que  entraria com um processo e que é “muito mais honesto” que o interlocutor.



Outro que foi hostilizado – e duas vezes – foi o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Em maio, quando almoçava em um restaurante em São Paulo, um homem se levantou e bateu o talher em uma taça para pedir atenção. Ele comunicou a todos a “ilustre” presença do ex-ministro do governo Dilma e afirmou que ele “brindou” o país com o Mais Médicos, “um gasto de R$ 1 bilhão que nós todos otários pagamos até hoje”. Mais recentemente, em 2 de outubro, Padilha, agora secretário municipal de Saúde, foi xingado de ladrão, depois de tomar cerveja vestindo uma camisa com o logotipo da prefeitura. Alguns clientes disseram que ele deveria pagar a conta, já que ele e outros políticos teriam roubado todo o país. Padilha reagiu dizendo que aquilo era um crime.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega também já foi atacado verbalmente em pelo menos três ocasiões. Em junho, quando almoçava com sua família em um restaurante de São Paulo foi chamado de ladrão por um casal. Ele também foi chamado de palhaço e sem vergonha.
Mantega já havia sido hostilizado na lanchonete de um hospital onde sua mulher estava para o tratamento de um câncer e em outro restaurante, em Pinheiros.

Em junho, o prefeito Fernando Haddad foi vaiado pela plateia de um teatro em São Paulo, ao assistir a um musical. As vaias começaram depois que ele teve sua presença anunciada pelo ator da peça, Jarbas Homem de Mello. A presidente Dilma também já foi alvo de um panelaço em maio, quando chegava ao casamento do médico Roberto Kalil. Ela era madrinha.

Em agosto foi a vez de o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo ser hostilizado na Avenida Paulista, quando caminhava na calçada. Manifestantes que pediam o impeachment de Dilma do outro lado da rua gritavam “pega ladrão” e “corrupto”.

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