Em meio a ameaças de impeachment, crise com o Congresso e aliados e números desfavoráveis na economia, o governo federal enfrenta agora o descontentamento dos caminhoneiros. Convocados pelo Comando Nacional do Transporte (CNT), motoristas bloquearam nessa segunda-feira (9) trechos de estradas de 13 estados brasileiros: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Os manifestantes se declararam autônomos e independentes dos sindicatos da categoria. Contrários ao governo Dilma Rousseff (PT), eles pedem a saída da presidente, o aumento do valor do frete, reclamam da alta de impostos e do preço dos combustiveis, entre outros pontos.
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Caminhoneiros bloqueiam pelo menos três rodovias em MinasCaminhoneiros sofrem ameaças para aderir à paralisação nas rodoviasMinistro diz que greve dos caminhoneiros busca desgaste politico do governoGreve dos caminhoneiros causa seis pontos de interdição parcial em rodovias de MG, diz PRFMinistro da Justiça diz que greve dos caminhoneiros é política e que PRF agirá com rigor Governo vai aumentar multa para caminhoneiro que bloquear estrada'Queremos preservar programas sociais de cortes', afirma Dilma em discurso no RJ'Queremos que o povo vá para a rua', diz líder da paralisação de caminhoneirosCaminhoneiros bloqueiam trechos de rodovias em MinasMas a greve rachou a categoria, que em abril deste ano fez um longa paralisação.
O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou que o movimento teve o objetivo de desgastar politicamente o governo Dilma. “O governo respeita todas as mobilizações e manifestações, mas no nosso entendimento esta é uma greve pontual, que tem se caracterizado pela aspiração única de desgastar o governo. Você não pode apresentar uma greve cujo principal objetivo é gerar desgaste ao governo. É uma greve que não busca melhorias para a categoria”, afirmou Edinho.
Pedras
Em Minas, caminhoneiros pararam nessa segunda-feira em pelo menos oito trechos das rodovias federais mineiras. Na grande maioria, os bloqueios, que começaram na madrugada, foram parciais.
O casal de caminhoneiros José Joaquim de Oliveira e Michele Nascimento, que vinham de Santa Bárbara do Oeste, São Paulo, para deixar uma carga em Contagem, na RMBH, disse ter sido obrigado pelos piquetes a parar o veículo. Segundo eles, homens que estavam em um Opala preto ameaçaram danificar o caminhão caso eles não atendessem ao chamado para aderir à paralisação. Carlos, que não quis ser identificado pelo nome completo, saiu sábado de Penha, em Santa Catarina, transportando pescado para a região metropolitana.
Caminhoneiro há 32 anos, Cleber Marcelo Martins Santos disse que aderiu ao movimento porque está tendo dificuldade em continuar rodando por causa dos altos custos do diesel, dos pedágios e do baixo valor do frete. “Não há condição de sobreviver pagando, em alguns lugares, até R$ 3,60 pelo litro de diesel.”
Entidades envolvidas com a produção e comercialização de combustíveis informaram nessa segunda-feira que não há, por enquanto, risco de desabastecimento nem necessidade de correr aos postos para encher o tanque. (Com agências).