São Paulo - Entre julho e outubro de 2015, sete pessoas foram executadas por assassinos encapuzados na pequena Anapu, às margens da rodovia Transamazônica - localidade onde, há dez anos, foi executada a irmã Dorothy Stang, um crime que ganhou repercussão mundial. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) enviou carta ao Ministério Público Federal em que relaciona os crimes a Regivaldo Pereira Galvão, conhecido na região como Taradão, condenado a 30 anos de prisão pela morte de Dorothy.
Leia Mais
Justiça do Pará nega habeas corpus a fazendeiro condenado pela morte de Dorothy StangAdvogado vai pedir fim da prisão de fazendeiro no caso Dorothy StangTodas as mortes ocorreram na área urbana de Anapu mas, para a Comissão Pastoral da Terra, a estratégia de matar na cidade é uma tentativa de disfarçar a motivação agrária dos crimes: o lote 83, uma área de terras públicas disputada por posseiros e grileiros. O lote 83, segundo o Ministério Público Federal, ficou conhecido na região como Fazenda do Taradão.
A Comissão Pastoral da Terra informou à Procuradoria a existência de um grupo de homens armados trafegando pelas vicinais da região em caminhonetes com armas em punho e ameaçando pequenos agricultores e posseiros que vivem na região do Lote 83.
A Comissão enviou ao Ministério Público Federal uma lista com mais de 30 nomes de moradores que estariam marcados para morrer. “Inaceitável a falta de diligências, a conivência ou inação”, diz a carta da CPT. As denúncias da Comissão Pastoral da Terra vão ser investigadas pela Procuradoria da República em Altamira (PA), por meio de inquérito civil..