A presidente Dilma Rousseff falou da importância do ajuste fiscal para a economia, mas reafirmou que o governo não vai cortar gastos de programas sociais, destacando o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. "Fizemos uma série de medidas que toda família toma quando está com dificuldades: cortamos ministérios, secretarias, cargos e reduzimos nossos salários. Mas queremos preservar programas como esses, que são importantes e mudam a vida das pessoas no Brasil", disse.
A declaração da presidente foi dada nesta terça-feira durante cerimônia de entrega de residências do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Para uma plateia formada por pessoas que vão receber as unidades, Dilma também disse: "A gente corta aquilo que a gente vê que deve ser cortado, que pode ser cortado, e mais na frente a gente recupera. Mas tem coisa que você não pode cortar, porque, se cortar, você prejudica as pessoas. Se cortar o Minha Casa Minha Vida, você prejudica quem não tem casa".
Dilma aproveitou a cerimônia para afirmar também que o governo tem providenciado todas as condições para lançar a terceira edição do programa habitacional, que, segundo ela, deverá entregar 3 milhões de moradias na nova fase. "Mesmo nos momentos de dificuldades, continuaremos fazendo o Minha Casa Minha Vida. Não podemos cortar o Minha Casa Minha Vida", disse Dilma, declarando em seguida que o governo seguirá garantindo recursos para as famílias "que menos têm".
Barragens
A presidente assegurou que o governo federal está acompanhando a situação das cidades no Espírito Santo que enfrentam o aumento do volume do Rio Doce por causa da lama proveniente do rompimento de barragens da mineradora Samarco, em Mariana (MG).
"Estamos extremamente preocupados com a situação do Espírito Santo. O governo federal se coloca inteiramente à disposição do Estado", disse a presidente em Nova Friburgo.
Duas barragens de rejeitos da mineradora, que é de propriedade da Vale e da australiana BHP Billiton, se romperam na tarde da última quinta-feira, provocando ao menos quatro mortes. Outras 22 pessoas estão desaparecidas, entre as quais trabalhadores da empresa e moradores do distrito de Bento Rodrigues, que foi varrido pela lama.
Em Nova Friburgo, Dilma participa da entrega de 300 moradias construídas pelo programa. Os beneficiados com as unidades são vítimas das chuvas que atingiram a cidade, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, em janeiro de 2011 e causaram mais de 900 mortes e deixaram centenas de desabrigados. Para a presidente, as moradias não são apenas um teto para as famílias, mas também geram milhões de empregos e são fonte de renda.
Participaram da cerimônia o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, o prefeito de Nova Friburgo, Rogério Cabral (PSD), e o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Antes de Dilma, Pezão discursou e disse que "nunca um governo fez uma política habitacional como fizeram Dilma e Lula (Luiz Inácio Lula da Silva)".
Além das unidades em Nova Friburgo, outras casas foram entregues simultaneamente em Duque de Caxias e São Gonçalo (RJ) e São Mateus, no Espírito Santo. No total, são 1.799 residências, com 7,1 mil pessoas beneficiadas. Os empreendimentos receberam investimentos de R$ 103,7 milhões.
Nesta tarde, Dilma visita obras da linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro e participa de reunião de trabalho do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. No início da noite, a presidente deve voltar para Brasília.