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Estado de Minas

Greve dos caminhoneiros perde força e tem dois pontos de interdição parcial em Minas

Apenas um ponto na BR-381 e outro na BR-262 seguem com concentração de grevistas no estado. Mais cedo, a PRF registrou seis locais interditados


postado em 10/11/2015 19:36 / atualizado em 10/11/2015 19:58

(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

O movimento dos caminhoneiros grevistas mantém apenas dois pontos de interdições parciais em Minas Gerais. De acordo com boletim divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), no fim da tarde desta terça-feira, há concentração no km 359, na BR-381, em João Monlevade, Região Central do estado, e no km 369, da BR-262, em Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nesses locais apenas os caminhões estão parados. Carros e ônibus não estão sendo retidos.

O movimento vem perdendo força desde essa segunda-feira. Hoje, mais cedo, foram registrados seis locais de ação do movimento. Haviam interdições parciais na BR-381, além de João Monlevade, em Igarapé, no km 513; na BR-040, no km 558, em Nova Lima - onde o trecho chegou a ficar totalmente interditado -, e no km 627, em Conselheiro Lafaiete. Outros pontos de piquete foram feitos no km 369, em Juatuba, e no km 412, em Igaratinga, ambos na BR-262.

A presidente Dilma Rousseff comentou o assunto nesta terça-feira e disse que a obstrução de estradas por caminhoneiros é criminosa, pois priva a população e setores da economia de alimentos e combustíveis. "Reivindicar nesse país é direito de todo mundo. Construímos a democracia para que isso não fosse crime. Agora, esse é um país responsável. Interditar estradas, comprometer a economia popular, desabastecendo de alimentos e combustíveis, isso tem componente de crimes já previstos. Vamos garantir que não haja qualquer prejuízo para a economia popular. Obstruir é crime", declarou.

Segundo a PRF, nenhuma multa foi aplicada até o momento. Nessa segunda-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que o movimento de greve dos caminhoneiros tem viés “indiscutivelmente político” e que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério de Justiça “vão agir com rigor”. “Não há uma pauta de reivindicações, nós não temos possibilidade de negociar em cima de questões que não são apresentadas. É uma pauta política que é alimentada por pessoas que querem fazer uma ação política, e nós lamentamos que seja assim”, afirmou. Cardozo ainda disse que os que estiverem parados nas estradas serão multados em R$ 1.915 e, no caso de interdição, a PRF está autorizada a agir.

Convocados pelo Comando Nacional do Transporte (CNT), motoristas bloquearam nessa segunda-feira trechos de estradas de 13 estados brasileiros: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Os manifestantes se declararam autônomos e independentes dos sindicatos da categoria. Contrários ao governo Dilma Rousseff (PT), eles pedem a saída da presidente, o aumento do valor do frete, reclamam da alta de impostos e do preço dos combustíveis, entre outros pontos.

Mas a greve rachou a categoria, que em abril deste ano fez um longa paralisação. Entidades como a Confederação Nacional dos Transportes Autônomos (CNTA), a União Nacional dos Caminhoneiros (UNC) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística da CUT (CNTTL) divulgaram nota contra o protesto. Em nota, a CNTTL classificou o protesto dessa segunda-feira como uma “manobra” de um “grupo que tenta usar os caminhoneiros em prol de interesses políticos, que nada têm a ver com a pauta de reivindicações da categoria”. O movimento foi criticado também pela Associação Brasil Caminhoneiro (ABCAM), que considerou o ato político.


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