Depois de muita resistência de parlamentares governistas, a Comissão de Agricultura da Câmara aprovou a convocação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para dar explicações sobre a severidade das punições contra os caminhoneiros, que desde a última segunda-feira, 9, têm feito bloqueios em estradas. O Palácio do Planalto se recusa a reconhecer o movimento e abrir um canal de diálogo. A avaliação é de que não existe uma pauta concreta e que as paralisações tem caráter político, com o objetivo de desestabilizar a presidente Dilma Rousseff.
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Liderança de caminhoneiros diz que grupo não abre mão de pedido de impeachmentCaminhoneiros fazem convocação no Facebook para ampliar manifestações e bloqueiosProtestos de caminhoneiros no RS dificultam escoamento do leite, diz SindilatMinistro da Justiça diz que dialoga 'habitualmente' com ex-presidente LulaSob pressão, caminhoneiros recuam em paralisação no paísEmbora tenham conseguido "salvar" temporariamente o ministro-chefe da Casa Civil, Guimarães e Cunha não conseguiram evitar a aprovação do requerimento convocando o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, desafeto político do presidente da Câmara. Em outubro, circularam nos bastidores informações de que o peemedebista chegou a pedir a interlocutores da presidente Dilma Rousseff que ela substituísse Cardozo pelo vice-presidente, Michel Temer.
Por outro lado, Cunha tem elogiado o desempenho do novo chefe da Casa Civil. O presidente da Câmara já afirmou a aliados que Jaques Wagner é mais aberto ao diálogo. Wagner tem sido a ponte de diálogo entre Cunha e o Planalto, por meio do qual o peemedebista estaria negociando apoio no Conselho de Ética, onde é alvo de representação por quebra de decoro parlamentar, em troca da não deflagração do pedido de impeachment de Dilma e apoio a medidas do ajuste fiscal.
Uma das lideranças dos caminhoneiros em greve, Ivar Schmidt diz que o grupo não abre mão do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff e afirma que não vai deixar de fazer os bloqueios para abrir um diálogo com o governo federal.
A reunião
Além da ajuda de Cunha, deputados do PT também agiram para evitar as convocações. Parlamentares petistas recorreram a vários mecanismos para segurar ao máximo o desenvolvimento da reunião da Comissão de Agricultura. Eles chegaram a pedir a leitura de atas de encontros anteriores e criaram momentos de tensão ao questionarem o trâmite e interpretação do regimento interno por parte da presidência do colegiado.
Com todas essas manobras, governistas conseguiram atrasar em uma hora o início da reunião, que estava marcada para 9h30. Apesar de todas as tentativas, no entanto, ruralistas aprovaram a convocação de Cardozo. Por volta das 12h, quando estavam começando a discutir o requerimento para convocar Jaques Wagner, a reunião da comissão teve de ser interrompida pelo início das votações no plenário, adiando a votação do pedido..