(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Cardozo manda PF apurar vazamento de aúdio de investigação da Operação Zelotes

Ministro da Justiça manda PF investigar suposto vazamento de trechos do depoimento de filho de Lula. Segundo revista, Luís Cláudio da Silva não soube explicar detalhes de consultoria


postado em 15/11/2015 06:00 / atualizado em 15/11/2015 08:39

(foto: Antonio Araujo/Camara dos Deputados )
(foto: Antonio Araujo/Camara dos Deputados )

Brasília –
A divulgação de trechos do depoimento de Luís Cláudio da Silva, filho caçula do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à Polícia Federal, no qual ele se complica ao não esclarecer detalhes de contratos milionários sob investigação da Operação Zelotes, irritou o Ministério da Justiça. O teor do depoimento foi publicado na edição desse sábado da revista Época, que destacou ainda o reconhecimento do lobista Mauro Marcondes Machado à PF de que as cifras pagas ao filho de Lula eram “absurdas”. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou que a Polícia Federal apure o suposto vazamento relacionado a Luís Cláudio.

O filho caçula do ex-presidente não soube explicar em depoimento à Polícia Federal, em 4 deste mês, quanto cobrou por suas horas de trabalho para fechar negócio de R$ 2,5 milhões com o escritório Marcondes & Mautoni. A Operação Zelotes suspeita que o dinheiro tenha relação com a “compra” de medidas provisórias a fim de beneficiar montadoras com isenção de impostos. Luís Cláudio Lula da Silva declarou à PF que fez “relatórios” de “projetos” na área de esporte que só ficaram no papel. Segundo a revista, o filho do ex-presidente disse que usava o valor das horas de trabalho para calcular o preço do serviço, cujos pagamentos foram feitos em 2014 e este ano. “Que não sabe mensurar, neste momento, o valor cobrado pela sua hora de trabalhar”, disse ele, de acordo com a revista.

Luís Cláudio afirmou nunca ter atuado naquela área específica antes. “Que nunca tinha realizado estudo ou projeto contendo o mesmo objeto deste contrato”, afirmou ele, de acordo com reprodução do depoimento. A defesa do empresário afirmou ontem que isso significa que “o trabalho entregue ao contratante foi original”. O trabalho era sobre a “preparação do Brasil para megaeventos, como a Olimpíada de 2016”, segundo nota do defensor de Luís Cláudio. A empresa não tinha funcionários. Tudo foi feito por Luís Cláudio. “A trajetória profissional de nosso cliente o capacita, inequivocamente, para a realização dos trabalhos contratados”, disse nota divulgada ontem.

A polícia não encontrou os relatórios e os contratos dos trabalhos quando cumpriu mandados de busca e apreensão nas três empresas ligadas ao filho do ex-presidente, como a LFT Marketing Esportivo, em 26 de outubro, na quarta fase da Zelotes. Luís Cláudio disse que levou os papéis para seus advogados após 10 de outubro. Os documentos foram entregues à PF em 4 de novembro. De acordo com a revista, os contratos envolvem trabalhos como Copa do Mundo, violência nos estádios e “elaboração de análise de marketing esportivo como fator de motivação e integração nas empresas com exposição de casos e oportunidades”. O dono da Marcondes & Mautoni, Mauro Marcondes, não informou à PF o objeto da contratação da LFT. Ele disse que pagou os valores, mas até seu estagiário achou os valores cobrados por Luís Cláudio “absurdos”. A reportagem não obteve esclarecimentos do advogado de Marcondes.

PATROCÍNIO

Após seu depoimento, a defesa de Luís Cláudio informou que ele manteve contato com o escritório de Marcondes após perder o patrocínio da Hyndai para o campeonato de futebol americano que organiza, o Touchdown. “Disse ter chegado a essa empresa quando procurava patrocínio no setor da indústria automobilística”, segundo nota de 4 de novembro. Detalhes de como se deu esse encontro não foram esclarecidos pela defesa, para quem o cliente “já prestou os esclarecimentos e afastou qualquer ligação com ilícitos”.

A pedido da defesa de Luís Cláudio, o Ministério da Justiça ordenou que a Polícia Federal apure suposto vazamento do depoimento. No entanto, a 10ª Vara Federal determinou que o inquérito é público. Em 6 de novembro, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região ordenou o sigilo apenas de documentos apreendidos pela PF. Os contratos e relatórios citados no depoimento de Luís Cláudio, e anexados a ele, não foram apreendidos pela polícia porque foram retirados do escritório antes e levados aos advogados do filho de Lula. A defesa e o Ministério da Justiça não comentaram a decisão do TRF.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)