Após uma batalha regimental com a oposição, o governo da presidente Dilma Rousseff conseguiu uma importante vitória na Comissão Mista de Orçamento (CMO) ao aprovar o projeto de lei que altera a meta fiscal de 2015. Na prática, a proposta permite à União, aos Estados e aos municípios realizar um déficit fiscal este ano de até R$ 119,9 bilhões e fixou ainda um teto de até R$ 57 bilhões para se abater da meta quitação das chamadas pedaladas fiscais.
O projeto segue para apreciação do plenário do Congresso, que, se tiver acordo para incluí-lo extraordinariamente, poderá apreciá-lo ainda esta noite, na sessão prevista para começar a partir das 19 horas. Contudo, devido a extensa pauta do Congresso - 13 vetos presidenciais e 11 projetos, entre eles o que trata da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016 -, a tendência é que a mudança da meta seja apreciada posteriormente.
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Em sessão da CMO, deputado do PSDB afirma que houve pedaladas em 2015CMO adia votação de relatório de receitas de 2016 após divergênciasPSDB diz na CMO que quer discutir receitas antes de votar meta fiscal de 2015Durante a sessão, a oposição, em minoria no colegiado, se valeu de todas as manobras previstas no regimento para adiar a votação do projeto. Tentaram alongar ao máximo a discussão da proposta e ainda pediram a verificação do quorum de mínimo de votos da Câmara. Não tiveram êxito.
Os governistas foram mobilizados nos últimos dias para garantir o quorum para a apreciação da proposta. Após quase duas horas de embate, a mudança da meta fiscal foi aprovada com 22 votos a favor na Câmara e oito contra.
Em seu parecer, o deputado Hugo Leal (PROS-RJ), relator da matéria, chegou a dizer que o projeto "prima pela transparência ao explicitar a realidade das finanças públicas". Segundo ele, mesmo diante das adversidades, "não há abandono da disciplina fiscal". "Ao contrário, evidenciam-se todos os esforços realizados que, em vista da conjuntura, apenas começam a produzir os resultados esperados", frisou.
O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) defendeu a rejeição do projeto que altera a meta fiscal. O deputado da oposição disse que Dilma faz do Orçamento "conta de padaria". Segundo ele, pelo segundo ano consecutivo, a presidente infringiu a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a Lei Orçamentária.
"O que nós entendemos é que, em primeiro lugar, um governo perdulário e faz do orçamento como se fosse conta de padaria. A presidente Dilma infringe novamente a LRF, além de ferir a lei orçamentária. Peço que este plenário não aceite este relatório do deputado Hugo Leal", afirmou.