O Congresso derrubou nesta quarta-feira os vetos parciais da presidente Dilma Rousseff à proposta que permite a Estados e municípios usarem recursos de depósitos judiciais e administrativos para pagar, por ordem de preferência, precatórios judiciais, dívida pública, investimentos e despesas previdenciárias. Dessa forma, o Legislativo restabeleceu quatro dispositivos barrados pela petista na Lei Complementar 151, de 5 de agosto.
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STF libera o uso de depósitos judiciais pelo governo de MinasDelator identifica mais depósitos de propina de offshores da OdebrechtGoverno de Minas acusa 'artifício' para esgotar depósitos judiciais e recorre de decisão do STFLíder do PT no Senado confirma que bancada quer derrubada de alguns vetosPromulgada lei que permite Estados usarem recursos de depósitos judiciaisPlanalto ainda vê com cautela vitórias nas votações dos vetosO principal dos vetos derrubados diz respeito a um artigo que fixava em 15 dias o prazo para os bancos fazerem a transferência dos recursos ao caixa dos governos estaduais e municipais, contados a partir da apresentação de cópia de termo de compromisso firmado entre o ente e o órgão jurisdicional responsável pelo julgamento dos litígios.
Também foi restabelecida a previsão de pagamento de multas pelas instituições financeiras em caso de descumprimento dos prazos para os repasses. Outro ponto importante foi a retomada do trecho que permitia que até 10% da parcela destinada ao fundo de reserva pudessem ser utilizados para a constituição do Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas (PPPs).
O uso dos depósitos ficou conhecida como "emenda Serra", em referência à proposta apresentada pelo senador José Serra (PSDB-SP) e que foi incorporada em projeto de lei sancionado por Dilma. O tucano defendeu que a derrubada do veto vai acabar com o "lenga-lenga" de envolvidos nas negociações de não efetivar a liberação dos recursos. Ele já havia dito que os vetos da petista haviam tornado "inócua" o uso dos depósitos.
"Derrubar o veto hoje é um instrumento importante para a negociação", disse Serra. "O que nós queremos é que Estados e municípios possam se apropriar dos recursos", completou.
Congresso derruba vetos parciais de Dilma, o que permite uso de depósitos judiciais
Durante os debates, governistas argumentaram inicialmente que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica já estavam tomando providências para solucionar o impasse para a liberação dos recursos.
Contudo, houve manifestações maciças de apoio da base à derrubada do veto.
Posteriormente, as lideranças do governo liberaram as bancadas aliadas. "Foi um veto desnecessário", admitiu, pouco antes do resultado, o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS).
A estimativa é que R$ 21 bilhões poderão ser injetados nos orçamentos dos governos regionais e, nos anos subsequentes, R$ 1,6 bilhão a cada ano. O alívio no caixa dos governadores e prefeitos vem num momento de grande dificuldade financeira provocada pela queda de arrecadação e pelo ajuste fiscal imposto pelo governo federal. A proposta do senador tucano, conforme revelou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em abril, contava com o apoio do governo.
O uso dos recursos dos depósitos garantirá um aporte para os governos regionais no momento de grande dificuldade provocada pela queda de arrecadação e pelo ajuste fiscal imposto pelo governo federal. A proposta se tornou prioridade dos governadores e foi encampada como bandeira pelo presidente do Senado, preocupado em alavancar recursos para o governo de Alagoas, comandado pelo filho dele, Renan Filho (PMDB)..