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Estado de Minas

Presidente do TSE diz que voto impresso não valerá em 2016

Comissão vai estudar a aplicação da nova regra a partir das eleições de 2018. O custo estimado é de R$ 1,8 bilhão


postado em 19/11/2015 14:31 / atualizado em 19/11/2015 15:17

Para o ministro Dias Toffoli, o grande desafio no Brasil é a quantidade de compra de votos e o abuso de poder da máquina pública nas campanhas eleitorais(foto: Nelson Jr./SCO/STF )
Para o ministro Dias Toffoli, o grande desafio no Brasil é a quantidade de compra de votos e o abuso de poder da máquina pública nas campanhas eleitorais (foto: Nelson Jr./SCO/STF )
 

O presidente do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), ministro José Antonio Dias Toffoli, disse que não será possível a impressão do voto pelas urnas eletrônicas nas eleições de 2016. O veto presidencial à medida foi derrubado nesta quarta-feira, pelo Congresso Nacional. "Daremos um passo atrás na cultura política brasileira", criticou Toffoli.

O ministro classificou o voto impresso como "absolutamente desnecessário" e lembrou que, no passado, havia fraude nas contagens manuais.

"A concepção da urna eletrônica foi acabar com a intervenção humana. A intervenção humana não deixa rastros. A intervenção tecnológica deixa rastro e é possível de ser auditado", afirmou. "Você no passado tinha, às vezes, o voto contado, e o voto anotado pelo mesário não era o mesmo".

Toffoli disse que não será tecnicamente possível a impressão do voto em 2016. Ele criará comissão interna no TSE para estudar a aplicação da medida a partir de 2018. A estimativa é de que a impressão custe R $ 1,8 bilhão.

Toffoli está no Rio de Janeiro para presidir a 10° Reunião Interamericana de Autoridades Eleitorais, que reúne representantes de 30 países e da Organização dos Estados Americanos (OEA). Entre os temas discutidos estarão o financiamento público de campanha e o uso de redes sociais no processo eleitoral.

"Temos uma decisão do Supremo Tribunal Federal que proíbe a participação das empresas privadas nas campanhas eleitorais. Já para a eleição de 2016 não será possível a doação por empresas", afirmou. "O grande desafio no Brasil continua sendo a quantidade de compra de votos e o abuso de poder da máquina pública nas campanhas eleitorais".

Para Toffoli, o uso de redes sociais vai baratear o custo das campanhas eleitorais. "As mídias sociais ganham papel relevante. O Brasil tem mais celulares que habitantes. E são celulares com acesso a essas redes cada vez mais utilizadas, como WhatsApp, Facebook e Twitter".


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