O criminalista José Roberto Batochio, constituído por Antonio Palocci Filho, reagiu enfaticamente, e com ironias, à linha de investigação da Polícia Federal que aponta para os laços comerciais do ex-ministro (governos Lula e Dilma) e de familiares dele. "Estão vendo fantasmas onde não existe sequer lençol", disse Batochio.
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Lava-Jato monta diagrama de relações societárias de PalocciPF intima ex-assessor de Palocci na Casa CivilPalocci recorre para revogar delações de Baiano e de doleiroEx-assessor nega relação com Palocci e R$ 2 mi para campanha de Dilma"Em primeiro lugar, peço que coloquem a questão no parâmetro da verdade. Sem encontrar nenhuma prova concreta contra Palocci eles (investigadores) pediram à Inteligência da Polícia Federal e ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que mandassem todos os dados, literalmente todos, que pudessem ser levantados a respeito da vida do ex-ministro e de sua família, desde o jardim da infância e o curso primário."
O veterano advogado reafirmou o que vem declarando desde que o Supremo Tribunal Federal autorizou abertura de investigação sobre Palocci no âmbito da Justiça Federal no Paraná, base da Operação Lava-Jato. "Estão à disposição da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Justiça todas as informações sobre Palocci, desde sua tenra infância, passando pelo ginasial, pelo colegial e pela Faculdade de Medicina, depois pela sua vereança, seu mandato na prefeitura de Ribeirão Preto e por aí adiante. Enfim, quaisquer dados, desde os 7 anos de idade do ministro até agora, estão à disposição das autoridades para serem devidamente esquadrinhados e pesquisados. No primeiro ano do grupo escolar roubaram um lápis e uma borracha de Palocci. Isso foi objeto de investigação que poderá ser detalhado. Aí ele (Palocci) foi vítima."
Batochio anotou que o ex-ministro, de fato, integrou a Associação dos Municípios da Macrorregião de Ribeirão Preto ‘como acontece com todos os prefeitos do Brasil’.
O advogado criticou o que chamou de ‘fatídica aranha’ – anagrama montado pela Polícia Federal com dados societários do ex-ministro e de familiares dele.
Batochio reiterou. "O destino, o rumo e as opções profissionais dos seus familiares e dos ex-sócios dos seus descendentes não há como explicar porque cada um realmente, a partir do princípio filosófico do livre arbítrio, cada um faz a sua escolha."
O advogado foi taxativo ao protestar contra a investigação.
O criminalista fez uma sugestão. "No Brasil, quem tiver juízo, não vai mais exercer função pública sob pena de correr o risco de ver seus familiares expostos de maneira cruel, sob suspeita."
"Antonio Palocci Filho não tem nenhuma condição de informar sobre quais foram os motivos que determinaram os caminhos e as escolhas profissionais das pessoas com quem conviveu e com quem formou sociedade um dia. Ele (Palocci) não tem o domínio e nenhum mando sobre as escolhas das pessoas com quem se relacionou. O Brasil precisa deixar de uma vez por todas de ser um país suspicaz, onde se especule sobre o talvez, sobre o quem sabe.".