Brasília – Apesar de a presidente Dilma Rousseff ter encaminhado ao Congresso na última quarta-feira uma alteração à lei orçamentária de 2016, para incluir na previsão de receitas a volta da CPMF, a proposta enfrenta resistências do relator-geral do Orçamento, deputado Ricardo Barros (PP-PR). Ele disse considerar “difícil” a manutenção do imposto sobre cheques na proposta orçamentária, da forma como foi enviada pela presidente ao Congresso.
Ele lembrou que, no pedido de alteração, o governo estimou a arrecadação do imposto em R$ 32 bilhões. Essa previsão significa que a proposta de emenda à Constituição (PEC) do retorno da CPMF teria de ser aprovada pelo Congresso até o final do ano. Barros ressaltou que a PEC está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e ainda não tem sequer relator designado. O que significa que a medida ainda tem uma longa tramitação no Legislativo. “É totalmente fora de possibilidade”, avaliou o deputado, que também é vice-líder do governo na Câmara.
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Dilma vai intensificar articulação para aprovar CPMFRossetto diz que governo espera rapidez na aprovação da CPMFGoverno inclui CPMF na proposta de Orçamento para 2016Edinho Silva sinaliza que governo não acredita na aprovação da CPMF em 2015Barros lembrou que tanto ele como o relator de Receitas do orçamento do próximo ano, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), não contavam com a CPMF para fins de arrecadação para 2016. “Acho que a comissão não vai referendar uma arrecadação que não deverá ocorrer”, disse o relator-geral, ao considerar que, num cenário otimista, apenas uma parte dos R$ 32 bilhões previstos em receitas do imposto é que deve entrar nos cofres públicos no próximo ano.
No entanto, o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, afirmou nessa quinta-feira (19) que o governo espera rapidez na aprovação do tributo pelos parlamentares.
Nessa quinta-feira também, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez um afago a estados e municípios, anunciando que vai liberar o aval da União para os empréstimos externos dos entes regionais A abertura da torneira do crédito é um trunfo a mais neste momento em que o governo federal vai centrar fogo nas negociações políticas com o Congresso para aprovar a volta da CPMF..