Nenhum município mineiro conseguiu nota máxima no ranking da transparência feito pela Controladoria-Geral da União (CGU), que avaliou o cumprimento da Lei de Acesso à Informação (LAI) entre 1.613 entes federativos. Quem chegou mais próximo do 10, nota atribuída a gestões consideradas transparentes, foi Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com uma pontuação de 9,44. Já a capital de Minas obteve 8,75, crescendo menos de um ponto em relação ao levantamento anterior, divulgado em maio. Entre as cidades avaliadas no país, 29 receberam a nota 10. Outras 822 ficaram com números entre 0 e 0,99. Isso significa que, em mais da metade dos 1.587 municípios avaliados, a LAI não foi regulamentada ou os canais de solicitação de informação pública são ineficazes ou inexistentes.
Para elaborar a Escala Brasil Transparente, a CGU fez quatro pedidos de acesso à informação, sendo três voltados para as áreas da saúde, educação e assistência social e o último sobre a regulamentação da LAI. Foram consideradas as respostas negativas, quando o poder público disse não ter o dado pedido. Diferentemente da primeira edição, que limitou o número de habitantes em 50 mil para que o município fosse analisado, desta vez todos puderam ser selecionados.
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Minas consegue nota máxima e BH fica na 9ª posição em índice de transparência da CGU Chioro defende transparência e coerência na gestão de políticas públicasOptamos pela transparência ao enviar Orçamento, afirma Dilma em entrevistaNenhum município mineiro teve nota máxima na Lei da TransparênciaContagem ficou em 44º lugar e Belo Horizonte em 66º no ranking das cidades (entre as capitais está em 9º), atrás de Monte Santo de Minas, na Região Sul do estado, que teve 9,17 pontos e ficou em 53º lugar. Os demais municípios mineiros ficaram entre a 89ª e a 792ª posição. A CGU não avaliou o motivo dos índices ruins de transparência. Segundo o ministro-chefe da CGU, Valdir Simão, a controladoria não exerce fiscalização em relação ao acesso à informação e não tem poder de punir quem está irregular. Por isso, o estudo é um trabalho para estimular o cumprimento da lei.
Simão disse que os municípios que ainda não se adequaram podem procurar a CGU, que oferece treinamento e apoio tecnológico, com o fornecimento de softwares para implementar a transparência. “Isso não custa nada para o município. É importante que nos procurem para que possam cumprir a lei efetivamente”, disse.
Entre os estados, Minas Gerais, junto com São Paulo, Maranhão, Goiás, Espírito Santo, Distrito Federal e Bahia foram os campeões da transparência, com nota 10. O pior estado no ranking, que ficou com nota zero, foi o Amapá. O levantamento comparativo mostra que Ceará, Pernambuco, Santa Catarina e Sergipe tiveram a nota da transparência reduzida em relação à amostra de maio. Minas Gerais passou de 7,36 para a nota máxima. Já o Maranhão está entre os que mais evoluíram, passando da nota 2,22 para 10. O Rio Grande do Norte também deu um salto, passando de zero a 8,19.
No vermelho
A crise econômica que afeta o país traz reflexos não só para as empresas privadas. Os prefeitos dos municípios pelo país traçam um quadro de dificuldades para fechar as contas neste fim de ano.