Se em 2015 o PSDB dedicou boa parte da atuação política à defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a partir do ano que vem vai priorizar o debate de propostas para o Brasil. A primeira etapa desse processo será em 8 de dezembro, quando o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG), fará um discurso no plenário do Senado sobre os 13 anos da gestão do PT – oito anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva e cinco de Dilma – , a apresentação de propostas no campo social e alternativas para superar a crise econômica. “Agora, nós, do PSDB, temos uma preocupação com o dia seguinte, com o futuro, e é por isso que estamos nos esforçando para, atualizando nossas propostas, fazer um debate sobre a situação real das pessoas.
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O tucano reafirmou também que Dilma perdeu as condições para governar o país e que sua política social limita-se ao Minha casa, minha vida – referindo-se ao programa de moradia popular do governo federal. “Se o Brasil continuar sendo desgovernado como hoje, e a presidente da República uma mera inauguradora de Minha casa, minha vida, acho que a população brasileira é que vai pedir o seu afastamento”, completou, argumentando ainda que o PSDB expressa o sentimento de parcela da sociedade brasileira ao defender o impeachment da petista.
Ainda estão tramitando na Câmara dos Deputados sete pedidos de afastamento de Dilma Rousseff e na quinta-feira, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que vai despachar todos até o fim deste ano, quando começa o recesso parlamentar. Envolvido no escândalo de corrupção da Petrobras sob a acusação que teria recebido US$ 5 milhões para intermediar dois contratos da estatal, Cunha tem sido alvo de várias manifestações pela sua renúncia do comando da Câmara. Sobre rumores de que Cunha estaria usando o poder sobre o processo de impeachment para obter apoio na Casa, Aécio disse que o PSDB não aceita negociar, em nome da ética.
CARGA TRIBUTÁRIA
Aécio Neves voltou a afirmar que os tucanos não votarão favoralmente a propostas que impliquem na criação de novos impostos, como a CPMF – defendida pelo governo e incluída na proposta de orçamento do ano que vem, cuja arrecadação prevista é de R$ 32 bilhões.
“É um instrumento de governança, isso pode ajudar a melhorar, mesmo que minimamente, a execução do Orçamento na área da saúde e na área da educação, e estamos admitindo, nessa questão específica, votar favoravelmente. Isso é uma demonstração de que o PSDB não é oposição ao Brasil. Jamais seremos. Ao contrário. Somos oposição a esse governo. Queremos suceder esse governo e achamos que temos melhores condições, mais autoridade, mais credibilidade para fazer a roda da economia e do emprego voltar a girar no país”, disse.
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