Brasília - A poucas horas do término do prazo concedido para que manifestantes desfaçam os acampamentos em frente ao Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios, o clima era de impasse. De um lado, integrantes do movimento Avança Brasil desmontavam pouco a pouco as barracas, instaladas há pelo menos um mês como forma de pressão para que o Congresso votasse o impeachment da presidente Dilma Rousseff. De outro, o grupo dos "intervencionistas" não dava mostras de que sairia no local.
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Confronto de manifestantes em frente ao Congresso tem tiros e dois presosManifestantes levam boneco da Dilma a congresso do PMDB e pedem Temer presidenteAto pelo impeachment reúne manifestantes em capitais; 2 mil vão a ato em BrasíliaPolícia retira barracas de manifestantes em frente ao Congresso NacionalPor precaução, as visitas ao Congresso foram canceladas neste fim de semana. O trânsito na via que dá acesso às Casas Legislativas também foi bloqueado. A expectativa é de que o policiamento na área seja reforçado a partir das 16 horas deste sábado (21). "Aqui tudo pode ocorrer", afirmava um dos policiais de trânsito para turistas que perambulavam pela Esplanada.
Uma das turistas, simpatizante dos "intervencionistas", discutia com o vendedor ambulante de sorvetes. "Esse lugar é do povo." E ele rebatia: "Uma coisa é manifestar.
Manifestantes receberam, na noite de quinta-feira (19), o aviso de que teriam de deixar o local em 48 horas. A decisão foi tomada num acordo entre o governo do Distrito Federal e as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado, logo após um confronto entre integrantes da CUT, do Movimento de Mulheres Negras e partidários do movimento pró-impeachment.
Ao todo, permanecem no local montado pelos "intervencionistas" cerca de 50 pessoas. "Estamos aqui desde março. É um direito nosso protestar", disse Barbosa, que chegou a Brasília há uma semana, depois de passar uma temporada em seu Estado, o Rio Grande do Sul. "Vamos nos revezando. Passei um tempo lá, agora voltei. E não saio se não houver uma decisão legítima", afirmou ele, mostrando uma série de avisos encaminhados ao Ministério Público e à Secretaria de Segurança.
Entre os integrantes do movimento pró-impeachment, o clima era de pragmatismo. "Teríamos de sair mais cedo ou mais tarde. Semana que vem, os trabalhos no Congresso terminam, não faria sentido ficarmos", afirmou Charlo Ferreson. Cabeleireira, ela chegou do Rio há 15 dias para participar do acampamento. Ali estão representantes do Movimento Brasil Livre, Movimento Brasil, Movimento Santa Maria, Revoltados OnLine e Resistência. Destes grupos restavam poucas barracas no início desta manhã. Por precaução, eles preparavam um habeas corpus, que deveria ser apresentado à Justiça, caso não houvesse tempo suficiente para que todos deixassem o local até a hora determinada.
"Não se trata de desobediência. O problema é que estamos enfrentando algumas dificuldades logísticas", disse Charlo..