A primeira convenção estadual da Rede em Minas Gerais, depois que o partido foi oficialmente reconhecido pela Justiça Eleitoral, terminou com registro de um boletim de ocorrência na Polícia Militar, disputas e a retirada de parte do comando da legenda do encontro.
Depois de muita confusão, a convenção prosseguiu com a retirada de alguns nomes da lista de aptos a votar e a eleição como novos porta-vozes da legenda: Leo Santos, de Divinopólis, e Jane Ferraz, de Juiz de Fora. De acordo com Izinho Benfica, um dos que contestaram a legitimidade da convenção, o novo comando da Rede foi eleito sob a influência de integrantes de outros partidos. Segundo ele, quem está por trás é o ex-deputado federal José Fernando Aparecido de Oliveira, que era da Rede e agora está no PMDB, e o deputado federal Jaime Martins (PSD), ligado a Leo Santos. Por outro lado, o grupo ligado a Leo Santos acusa os integrantes liderados por Carla de terem ligações com o deputado federal Reginaldo Lopes (PT). A reportagem não conseguiu contato com Leo Santos e Jane Ferraz.
O porta-voz nacional da Rede, Bazileu Margarido, lamentou o ocorrido, mas garantiu o prosseguimento da convenção. Segundo ele, durante o encontro não foi feito nenhum recurso para seu cancelamento. Ele disse que futuras discordâncias serão discutidas internamente e que a Rede espera continuar contando com a participação de Carla Queiroz e o grupo que ela lidera dentro da legenda. Desde o ano passado, a Rede em Minas passa por disputas internas e divergências políticas que tiveram como pano de fundo a eleição para o governo de Minas e a briga de espaço entre grupos divergentes.
Candidatura própria
O PCdoB aprovou nesse sábado (21) o lançamento de candidaturas em Belo Horizonte, Betim, Juiz de Fora e Contagem, onde tentará a reeleição de Carlin Moura. Na capital, o pré-candidato é o deputado estadual e secretário de Turismo, Mário Caixa. Em Betim, o nome é o do deputado estadual Geraldo Pimenta e, em Juiz de Fora, o do presidente do PCdoB mineiro, também deputado estadual, Wadson Ribeiro. Segundo ele, nem o PT nem o PMDB, duas principais forças do governo de Minas, têm nomes naturais para a prefeitura da capital, ao contrário do PCdoB que, segundo ele, tem como candidato um dos parlamentaras mais bem votados no estado e em Belo Horizonte. “Nos entendemos que o Caixa é o candidato natural da base governista em Belo Horizonte.”