(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Oposição agora quer obstruir sessões presididas por Eduardo Cunha

Em nova rebelião, pelo menos 128 deputados planejam barrar todas as votações em sessões presididas por Eduardo Cunha. Manobra pode contar com apoio de partidos da base aliada


postado em 22/11/2015 06:00 / atualizado em 22/11/2015 10:10

Brasília – Agora declaradamente contrários ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e protagonistas da rebelião contra o peemedebista na quinta-feira passada, partidos de oposição pretendem articular na próxima semana a obstrução das votações em todas as sessões presididas pelo parlamentar. Assim como na última sessão, a manobra pode ganhar apoio de partidos da base aliada que, no entanto, analisam se a estratégia oposicionista não é também uma tentativa de impedir a votação de pautas do governo.

Os líderes da oposição têm reunião marcada para esta terça-feira A ideia é articular uma ação que reúna ao menos PSDB, DEM e PPS, que, juntos, têm 85 deputados. Partidos autodeclarados independentes, como Rede Sustentabilidade, PSOL e PSB – 43 deputados – foram os primeiros a defender a tese de não marcar presença em plenário. Os oposicionistas entendem que atitudes isoladas em plenário não surtirão efeito.

As manifestações contra Eduardo Cunha ganharam força no plenário na quinta-feira, quando, pela primeira vez desde que assumiu a presidência da Câmara, em fevereiro deste ano, ele perdeu o controle sobre os parlamentares. Deputados de vários partidos ignoraram o peemedebista e criticaram a manobra adotada pouco antes, quando anulou a sessão do Conselho de Ética para leitura do parecer preliminar pelo seguimento do processo de cassação contra ele por quebra de decoro.

Cunha é acusado de mentir à CPI da Petrobras ao negar a existência de contas no exterior e de usar o cargo em benefício próprio. As deputadas Luíza Erundina (PSB-SP) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foram as primeiras a apelar para que seus pares deixassem o plenário em protesto. Mas foi após o discurso de Mara Gabrilli (PSDB-SP), que pediu para Cunha se “levantar” da cadeira da presidência, que os deputados esvaziaram o plenário. Vice-líder do PSDB, Daniel Coelho (PE) disse ter conversado com membros da bancada, que concordaram com a obstrução das votações. “A Câmara, do jeito que está, não tem condições de deliberar sobre coisas importantes”, afirmou.

GOVERNISTAS A rebelião foi bem-sucedida porque houve adesão de governistas, mas agora não há certeza de que haverá a mesma mobilização. “Com 20 deputados, não se obstrui nada na Casa”, lembrou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE). Não se sabe, por exemplo, se os petistas que engrossaram o coro de “fora, Cunha” estarão dispostos a não votar matérias de interesse do governo. “Não sei se a oposição faz isso só por causa de Eduardo Cunha ou se é para obstruir projetos do governo. Vamos ter que analisar a manobra também”, disse Jandira, líder do PCdoB.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)