O prefeito de Buenópolis, José Alves (PP), está sendo acusado por um funcionário da prefeitura de demiti-lo por questões partidárias. O servidor que foi exonerado no início do mês de novembro alega que foi procurado pelo líder do Executivo municipal e pelo vice dele, José Maria Nadú Teixeira (PTdoB), após ter se filiado a um partido que faz oposição à gestão de Alves. Em conversa entre os três a permanência no cargo teria sido condicionada à desfiliação. “Ele [o prefeito] me chamou na casa dele e me pediu para mudar de partido. Ele disse que se eu não mudasse não teria como me deixar no cargo. Ou eu passava para um partido da base de governo ou perderia o cargo”, contou Adilson do Divino Silva, 23 anos, que trabalhava como recepcionista em uma das unidades de saúde da cidade. Na última sexta-feira a Câmara do município, localizado na Região Central de Minas, instaurou uma comissão especial para investigar a denúncia. O prefeito nega as acusações.
José Alves nega que tenha condicionado a permanência no cargo à preferência partidária do então servidor. Alves confirma que esteve com Adilson e com o vice, mas que a conversa teria sido mal interpretada e que “em nenhum momento faz essa exigência”. “A mudança ocorreu por que já existia um cadastro de reserva para a função. Ele [Adilson] estava ocioso, houve um aumento da demanda, mas que acabou caindo. Então a secretaria de Saúde conversou com ele e disse que um funcionário concursado passaria a ocupar o cargo. Ele disse que entendeu e depois apareceu com essa conversa”, afirmou o prefeito. Alves ainda disse que essas denúncias fazem parte de uma estratégia de opositores de seu governo. “Como não encontraram nenhuma irregularidade inventaram essa”.
Nesta terça-feira, a comissão especial da Câmara fará sua primeira reunião. Segundo o relator, vereador Edmar Pereira de Amorim (PT), a primeira medida será convocar todos os envolvidos para prestarem depoimento. A expectativa dele é que o relatório seja feito o mais breve possível. “As denúncias são graves. Existe uma gravação que compromete o prefeito, mas vamos aguardar o que ele tem a dizer”, disse o parlamentar que é da oposição.
Em uma eventual condenação, José Alves e o vice podem ter o mandato cassado.